Quantas vezes procuramos uma alma gémea? Quantas vezes não vimos nós nos outros como parte de um espelho de nós mesmos?Parecenças, gostos similares, modos de pensar parecidos, uma visão do mundo, da vida, das relações praticamente iguais?Quantas vezes? E quantas vezes nos encontramos com essas mesmas pessoas no tempo certo...mas na hora errada?Martinho da Vila tem uma música que diz mais ou menos isto: " Já tive mulheres de todas as cores, de várias idades...lá...lá....lá....etc"; nós poderemos concerteza ou eu mesmo dizer que não tendo diversas mulheres de todas as cores, tive porém na minha vida pessoas com quem me identifiquei, apaixonei e como em tantos outros casos, julgava eu e como tantos de nós que estavamos perante a nossa "Alma gémea".Muitas vezes e ainda hoje...não faz sentido para mim dizermos que encontramos uma alma gémea e depois não darmos seguimento a isso. Sempre me fez confusao desde a minha primeira namorada. Porque é que as coisas acabam?Porque terminamos namoros?Porque é que não existe um seguimento nas coisas?Porque é que nos entregamos no amor e depois nos cansamos?Em todos os casos eramos tudo. Maravilhosos, fantásticos, havia e há num inicio de namoro um deslumbramento efectivo que nos leva a acreditar que é essa a pessoa para o resto das nossas vidas. Ouvimos "Amo-te" vezes sem conta, traçamos planos, andamos felizes...mas o tempo passa também. E o tempo na verdade determina as escolhas, as visões e as perguntas a nos mesmo de: " Afinal....é isto que quero?" O mesmo direito de escolha que temos ao apontar o dedo e dizer " I do Want you" é o mesmo que temos na fase final ao dizer " I Don t want you".Que traduzido para português é mais ou menos ..." Põe-te nas Putas que tenho mais em que pensar". Hoje não posso negar a mim mesmo que em faz confusão não aprendermos a amar convenientemente. A perceber cada ponto, cada frase, palavra. Afinal o que andamos nós a fazer?O que procuramos em cada pessoa? A vida...tem -me dado a perceber nos meus já 31 anos de vida, que tudo isto não passa de uma aprendizagem. Testam-nos no amor, na amizade, na forma de ver o mundo e as realidades de cada um de nós. Não que eu tenha deixado de acreditar em almas gémeas. Mas acho em parte um exagero.Existem na realidade pessoas muito parecidas, que s dão, que se mostram.Pessoas que muitas vezes não deixam de ser um teste á nossa capacidade de melhoramento.
Com cada pessoa há uma forma diferente de ver as coisas.De amar. E com cada pessoa aprendemos também que a exigência de cada um perante os outros não é nada mais do que uma chamada de responsabilização ao que podemos ou não melhorar. Como eu já disse...anteriormente amar é realmente fácil. Amamos quem achamos que naquele momento é a pessoa que nos "pega" de estaca.
Que nos dá atenção, que nos ouve. Muitas vezes e não digo isto de forma prejurativa; mas muitas vezes funciona como um brinquedo que temos. Adoramos aquele carro é um novo modelo, mexemos, tiramos peças,montamos, reestruturamos conforme queremos. Mas...surgem sempre carros novos, diferentes. E cada carro...tem uma estrutura fantástica com que nós nos vamos identificando. Por isso...muitas vezes o nosso olhar a nossa forma de ver vai ficando mais longinqua em relação ao primeiro carro. Fica ali escondido num canto porque com o passar do tempo existem interesses que se aproximam mais do que realmente desejamos. Mas...mesmo tendo novos carros, mais luxuosos, mais rápidos, o nosso velho carro, aquele com quem passamos horas, não é uma miragem. Continua ali. À espera de ser polido, lavado, acarinhado de novo.E aprendizagem...caminhar em busca de melhor é algo importante porque também nos renova ideias e ideais. Mas se um dia me perguntarem se vou ter uma alma gémea...a resposta está ali. Naquele carro...que está ali ao fundo...
Bruno
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