sexta-feira, janeiro 05, 2007

Simplesmente humanos...fantástico!

Você conquista o meu respeito e a minha admiração pelo simples fato de se mostrar humano.Humano como você é. Do jeito que você é.Humano como todos nós somos. Humano com todos os seus sentimentos e pensamentos. Humano do mesmo modo que nós existencialistas pregamos em nossos discursos teóricos, mas que nem sempre conseguimos mostrar, em nossas atitudes. Pois nós existencialistas pregamos a liberdade como um dos valores mais importantes. Mas nem sempre conseguimos nos libertar de nós mesmos, a ponto de aceitar a liberdade e a libertação do outro.

Humano como me sinto em meu consultório, quando me lembro das diversas vezes em que constatei que havia ajudado meu cliente a conquistar uma liberdade que eu mesmo almejava, mas que ainda não possuía.

Humano quando penso que a esperança que sempre me moveu a continuar atendendo meus clientes foi acreditar que, se eles hoje podem, também eu poderei um dia!


Humano do mesmo modo que nos ensinou Fernando Pessoa em seu Poema em Linha Reta:

Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,

Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo,

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,

Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,

Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,

Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,

Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida... Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;

Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?

Ó príncipes, meus irmãos, Arre, estou farto de semi-deuses! Onde é que há gente no mundo? Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? Poderão as mulheres não os terem amado, Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!

E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído. Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear? Eu, que tenho sido vil, literalmente vil, Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Fernando Pessoa in Obra Poética Companhia Aguilar Editora

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Humor, ser feliz, egocentrismo e manipulação e ética...cabe tudo?

Pois é my friends, todos vocês sem excepção sabem tão bem como eu e aqueles que me conhecem bem que a minha maior virtude ( pronto...tambem esta no meio) mas....como eu dizia é o facto de manter sistemáticamente o bom humor. Desde criança que sou assim. Tantos tormentos, tantas angustias não me retiraram a forma como vejo e encaro o mundo. Sim...é uma verdade que quando surge alguma tristeza o melhor mesmo é seduzir essa mesma tristeza com uma pitada de bom humor.Lançar um sorriso, dizer uma piada de mim proprio, passar até por idiota ás vezes.
Nós adultos ( e muitos de nós crescem demasiadamente depressa) temos sempre aquela mania de que adulto é igual a responsavel e sério. De certa forma mantemos sempre o ar carrancudo quase imune a uma piada. Sempre tive a mania de dizer que para combater a estupidez, a mediocridade, a tristeza e as mágoas que nos tornam pessoas que mais pareçem Emos ( há...Emos...são aquelas pessoas vestidas de preto, cabelos longos e com uma lágrima pintada no rosto de preto) o melhor mesmo é utilizarmos o bom humor, ás vezes até sermos sarcásticos e irónicos sem que com isso sejamos maldosos. O humor tem de ser também inteligente muitas vezes. Claro que há vários grupos de pessoas. Existem aqueles que pouco riem. Outros que se tornam homens ou mulheres tão cedo e tão capacitados para a seriedade, familia, trabalho e a sua responsabilidade que começa quase de berço , que de facto perdem a criança , a alegria da vida e o sorriso surge apenas como um esforço latente.
Mas porque é que as pessoas nao riem? Não se divertem? Não sabem usar da melhor forma o humor. Se não fosse pelo humor, pela minha forma sistemática de ser já me tinha suicidado há anos. Ou então estava feito Emo a andar triste pelas ruelas de lisboa. As adversidades tornam-nos mais fortes. Mas ao invés de me tornar mais sério ou carrancudo , torna-me mais bem humrado. Porque dá-me como sempre me deu, vontade de rir da estupidez que a vida tem em certas situações. Ao invés de me tornar fechado na crueldade que é muitas vezes o nosso mundo dentro de nós e deleitar-me com os meus problemas ...ao invés prefiro apenas andar de passagem por lá. Brincar e rir é fundamental para o nosso desenvolvimento. Quanto mais frio, mais mórbido, mais triste fico...mais depressa apanho o autocarro a caminho do cemitério.
Eu sempre estive rodeado de pessoas de excelente humor. Foi sempre assim durante a minha vida. Os meu proprios amigos gozavam com a minha vida ( nunca num tom depriciativo) e ás vezes eu com a deles. Entre nós aprendemos a criar aquilo que chamo de elo humoristico. Quando nos juntamos á paródia na certa. Ainda hoje mesmo , nestes tempos que foram conturbados para mim, tento manter-me á margem da tristeza.Não vale apena chorar, desesperar, criticar-me ou julgar-me a mim proprio. Eu tenho aquilo a que chamo momentos. Ou seja no momento em que aconteçe algo temos de saber ultrapassar, dar a volta, dizer o que devemos dizer. Tenho por mim como sempre tive abrir o coraçao ás pessoas nos momentos que devo abrir e dizer sempre com respeito e carinho sem magoar as ilações que compreendo por mim serem ditas ou reditas.
Posto esta passagem a tentativa será sempre de avançar para a frente. Claro que com bom ou mau humor, tristes ou contentes é efectivamente dificil passarmos pelo teatro da vida sem que nao nos sintamos amargurados em muitas ocasiões. Até porque no teatro da vida há de tudo. Desde Drama até á comédia. A forma como encaramos isso é que nos ajuda a ultrapassar muita coisa. O mais importante para mim foi sempre manter a cabeça levantada. Sorrir, brincar e conseguir com isso melhorar aquilo que sou. Mas mais importante ainda é as pessoas que estão á nossa volta. Acho que quando temos amigos, familia, namoradas(os), conhecidos ou colegas que percebem,entendem , encaixam na nossa forma de ser e nós na deles sem o uso da força, ou das situações forçadas....é perfeito.
Uma das pessoas em que esse encaixe normalmente acontece é com a minha amiga Marina. Temos o dom de sermos os dois irónicos e isso de certa forma ajuda no estabelecimento de uma relação mais reciprca e mais forte em termos de amizade. Ao sermos irónicos nao deixamos de ter humor inteligente. Sempre tive na ideia que o maior ataque muitas vezes contra as pessoas não é despejar a minha raiva ou mágoa em cima da outra, até porque acção provoca reacção.O engraçado é que é rarissímo eu reagir. De certa forma gosto de deixar as pessoas a pensar as suas proprias ilações. Sempre preferi ficar calado nesse sentido. È saber ser inteligente e ás vezes até irónico. Porque ao fazer isso...conseguimos de certa forma manipular a mágoa, a tristeza e a raiva que muitos temos ás vezes em muitas situações e assim sendo autocontrolarmo-nos. De certa forma existe um jogo de sedução de palavras. Não no sentido de conquista, mas na arte de manipular de outra forma a magoa ou a tristeza. Sempre soube que ao enervar-me, ao saltar-me a tampa total de mim seria um perfeito cruel. Sempre consegui chegar através das palavras ou frases onde queria. Sempre consegui manipular da melhor forma aquilo que quero dizer de forma a obter a resposta que desejo.
Sempre pensei que se fosse vil, se fosse retundante nas palavras, só ficaria a perder. Aí...seria muito mais fechado para o mundo. Sendo assim...optei por manipular-me a mim mesmo na "arte" de utilizar o meu bom humor e o instinto que tenho de querer chegar onde quero. Durante o ano que passou, talvez tivesse sido o mais pródigo nessa mesma arte de manipular. Guardei tudo dentro de mim mesmo, como quem escreve e guarda num livro. E ao fazer isso , fechei-me e calei-me para mim mesmo. Consegui absorver tudo, até formas ou palavras que tinham para comigo sem, que com isso me obrigasse a abrir o livro inteiror e sentar-me e deleitar-me com a criação de uma autentica comedia/Drama que poderia advir daí.
Consegui auto manipular-me e observar de fora tudo o que ia entrando. De certa forma o que mais me consola e consolou durante anos, foi sempre aquilo que vou guardando. Historias, segredos, ditos e mexericos e afins. E tudo isto junto numa panela, faz-me poder ter a capacidade de encaixar ou ser enxovalhado sem que com isso possa cair no chão. È aquilo que chamo de bom humor silencioso.Na verdade não passa de uma certa maldade silenciosa. Chamemos-lhe...causa justa interior.
Mas que não tem repercussão nenhuma nos outros.E é aqui que me defino, ou seja no pacto de não agressão. Dizer por dizer, ferir por ferir ou magoar por magoar são coisas que não me quero rever. Não quero fazer isso e continuar a minha vida como se não fosse nada. Porque tudo é alguma coisa. E não faço isso apenas para meu deleite interior. Portanto a minha forma sempre foi esta. Mas isto é como também dizer : "Mas...afinal as verdades são para serem ditas não?" ....hummmm.....ok....mas até que ponto temos a liberdade de expressão total para com as verdades dizermos tudo o que pensamos? Ferir é bom? Magoar é bom? A ideia que existe de mágoa ou magoar é má certo? Tal como a ideia de ferir ou ser ferido não é? Porquê? Porque são sentimentos e formas que fazendo parte do ser humano não se coadugnam com as crenças, o amor,sermos pacificos, dar-mos, receber, amar e ser amado. Não pertençem a este rol. São sub-divisões da consciência que nao gostamos de sentir. Mas....que inevitavelmente adjacente á causa acção /Reacção muitas vezes optamos por ferir.
A isto chamamos liberdade total de expressão. Sem regras e sem obstáculos, ao fazermos isto não só nostornamos pior do que somos , como também alteramos as regras do bom conviver em prol do que sentimos e queremos dizer. Ao fazermos isto estamos de uma maneira geral a ser também egocêntricos. E ser egocêntrico é pensar também que justo e imparcial é todos sentirem na pele o que nós mesmos sentimos. De certa forma existe um certo alivio interior em soltar as amarras. Deixa-nos de uma maneira geral mais aliviados. Ao aliviarmos o peso da nossa consciencia em prol de outro, não só estamos a ser crueis connosco (porque onde existe dor....existe mágoa) como estamos também a cruxificar o outro. Neste sentido o livre arbitrio de cada um de nós dá-nos o sentido livre de escolha entre a não utilização de regras e a forma como as direccionamos. Onde pode haver respeito, deixa de haver.
Onde existe a amizade acaba a coexistência.Quando digo que ser bem humorado é um passo para ser feliz , de facto a vertente mais eficaz no combate quanto a mim a tantas condulgências da vida é sem duvida o Bom humor. Por isso meus amigos as escolhas, regras ou livre arbitrio nunca são justos. Aliás...nós somos muito poucas vezes justos e solidários uns com os outros. Agora a forma como se ameniza , o cuidado reciproco que tem de existir para o bom funcionamento das relações quanto a mim é o mais importante. Quando a barraca é abanada demais há muitas estruturas que caem abaixo. Logo aí a perde significativa de dos materiais é inevitavel. A questão não está nos materiais que caem...está na forma como abanamos a barraca.
Na verdade nos ultimos meses como em anos anteriores aprendi que manipular a minha liberdade de expressão é talvez a minha maior valia.Senão mesmo a maior de todas. Ou seja, nunca gostei nem nunca fui pessoa de ataques frontais e ferozes. Estar a alimentar a minha mágoa e ter que partilha-la com alguem para a ferir é do mais cruel e baixo que existe dentro de nós humanos.
Há uma frase na Biblia que diz: Se te baterem numa face, ofereçe a outra". E esta frase carrego-a comigo vezes sem conta. De certa forma é também uma forma de manipular a consciencia de quem nos bate. De o fazer ver que ele está errado na sua atitude.È uma forma de o fazer ver que não guardo rancor, que lhe ofereço a outra face, até que ele se começe a aperceber do acto em si. E é assim que vou funcionando. Até que as pessoas também descubram onde erram, em que ponto erram. Porque foi assim que aprendi também.
Por isso dessa forma vou agindo assim. Mas muitas vezes coloco-me na posição de pensar que tenho de ser mau.Que tenho de abrir o livrinho das anotações e deitar tudo cá para fora. Mas...com que sentido? Para que? Uma amiga minha no outro dia disse-me que para eu ganhar o respeito dos outros, para eu ser mais homem, mais macho , tinha na verdade de me mostrar imponente,frio e sem papas na lingua.Só assim as outras pessoas perceberiam que a dôr que nos imfligem ás vezes a nós é tão proporcional ou maior ainda á dor que nós homens podemos proporcionar em larga escala também. Mas se assim fosse como essa amiga me disse estaria a por as outras pessoas numa posição de estranheza.
Ou seja...habituadas a um determinado tipo de rapaz que eu sou , estaria então a mostrar-me com garras e dentes numa demonstração unica de poder abismal e sem sentido. A coragem de dizer as coisas que se devem dizer não dignifica quem diz, como não dignifica quem as recebe. Não existe coragem onde o medo prontifica como arma da solidão atroz de sentir a dor sozinha. Focalizamos muitas vezes as nossas dores de dentro para fora. Quando na verdade nunca as estendemos na mesa e as decidimos sarar. Cada um de nós é tudo isto.
Um pouco manipulador, um pouco corajoso, um pouco egocentrico, um pouco feliz. Na verdade e sem sombras de dúvidas somos pedaços de seres carnivoros que andamos numa pedalada inconstante na busca do melhor antidoto para a dor. Mas esqueçemos que tal como os soldados que desertam da guerra, nós desertamos de nós mesmos. Por momentos a nossa inocencia e pureza que deveriamos manter face a tantas adversidades , trocamos por meros tostões de irreverência, de nos auto intitularmos de grandes guerreiros galácticos em busca de um pedaço de céu. As directrizes que aprendemos, as creças que recebemos servem apenas como capa de protecção contra a nossa propria maldade interior. Que todos por tantas coisas que fazemos temos um pouco.
Temos na ideia que somos cada um á sua maneira imcompreendidos de uma forma geral.Mas na verdade a imcompreenção dos outros não está na sua capacidade de eles nos compreenderem. Está na capacidade que nós temos de fazer os outros compreender. Está na forma como somos, como nos dirigimos aos outros, como sentimos, como nos damos e acima de tudo está nas palavras que direccionamos. Não vale apena existir coragem, herois, coração bondoso se não soubermos utilizar o maior dom de todos...a palavra. E é nas palavras que está toda a semântica da compreenção do homem. È na humildade de nos reconhecermos também como aprendizes.È na capacidade de guardar a dor. È na capacidade da luz que nos ilumina que temos de saber discernir com que luz posso eu iluminar os outros e de que forma. È na capacidade de saber ouvir com atenção que posso ajudar com coração.
Aliás quem me conheçe sabe bem disso. Há sempre duas vertentes em mim que coloco em primeiro lugar. Uma é o facto de estar perante pessoas onde a liberdade de expressão e a forma como lhes falo está limitada pelo respeito. Outra é aquilo que somos como seres humanos e o respeito que nos é devido. NEm sempre estas formas são as formas lineares de sermos, ou que nos impomos. Até porque nem eu proprio sempre fui assim. Mas tenho a perfeita noção que existem limites que nunca gostei de ultrapassar em mim. Portanto até que ponto podemos ou nao ultrapassar determinados limites em prol da nossa própria auto afirmação e desleixo pelo proximo? Será justo para connosco? Seremos justos para com os outros?
Ou por outro lado a nossa essência e forma de estar dá-nos o direito a essa mesma liberdade de expressão? Imaginava no outro dia e desculpem a forma como o direi, mas perto do natal deu mais um dos filmes de jesus de nazaré, entre tantos épicos que dão. E chegou á parte do apedrejamento de Maria Madalena. E pus-me a pensar como seria se a nossa liberdade e livre arbitrio que temos nos concedesse todo o poder que compõe a nossa essência. Os homens como sabem a historia, apedrejavam Madalena porque ela era uma rameira, prostituta,puta...aquilo que acham que se deva chamar. Agora imaginem jesus dizer-lhe depois de os outros homens se terem apercebido que erravam tambem, imaginem jesus dizer-lhe. "Sim...és uma grande vaca, mas vai e nao faças mais isso". Não perceberam? Eu explico. Existem formas de direccionarmos aquilo que queremos dizer sem magoar as outras pessoas. Uma é dizer " és uma puta...mas vai em paz e nao faças mais essa vida" ....outra é dizer : " Vai em paz e não tenhas mais essa vida". Existe de facto uma grande diferença. E essa diferença estabelece-se pelo respeito pelo proximo. Ao perdemos o respeito por alguem que gostamos, não tenham duvidas que estamos a acabar lentamente com uma parte de nós tambem. Ao perdemos o respeito por alguem...perdemos o respeito por nós. Liberdade de expressão não se conjuga a revolta das expressões inerentes ao que sentimos.
E é nestas fases que entra a manipulação silenciosa do humor.Para mim o meu bom humor e a manipulação que uso funciona para mim e para o meu eu como uma forma de justiça. Muitas foram as vezes em que eu pensei que se jogasse com as mesmas pedras com que fui atingido em tantos anos de vida com tanta gente que passou pela minha vida, provavelmente hoje estaria melhor comigo. De certa forma abriria o meu livro de livre arbitrio e passaria então a ser a besta que ninguém de certo iria desejar.
Muitas foram as vezes em que pensei que o significado de Bad Boy tinha de certa forma de começar a ter uma razão de ser e existir. Então de certa forma durante a minha vida e ultimos anos andei numa guerra comigo e uma encruzilhada interior. O que faço com o meu bom humor? Deixo de o ter e passo a atirar as pedras e a ser o que nunca fui e sendo assim, remeto-me também eu á selvajaria das palavras? Ou por outro lado o que recebo , guardo, interiorizo e transformo em ironia para mais tarde usar como escudo interior? O que faço? Faço por usar a liberdade de expressão e livre arbitrio total e incondicional e jogo na mesma moeda ou...observo sentado na minha poltrona os proximos capitulos da vida?
Bom...como calculam hoje continuo igual a mim próprio. Sempre bem humorado e observador. Decidi já há muito tempo que se jogasse na mesma moeda, no mesmo tabuleiro de jogo hoje sem duvida que os amigos seriam muito menores. Estaria mais frio, mais magoado ainda e menos receptivo aos outros. Não posso de forma nenhuma dar-me ao luxo de me lançar na opinação livre e espontanea sobre tudo o que quero, que li, que aprendi, que ouvi. Não posso. Se assim fosse acho que o mundo vinha abaixo. provavelmente era um novo capitulo de um novo Armagedon onde eu seria sem duvida um novo Hitler.
Portanto a escolha recaiu sobre nunca agir em funçao das reacções dos outros. Recaiu sobre aprimorar o meu instinto. Sobre acima de tudo manipular a magoa ou a tristeza interior de forma a não abrir brechas em mim de dentro para fora. Na verdade, sempre preferi quaestionar as pessoas com perguntas. Porque? Como? Mas?Tive e continuo hoje em dia a ter o máximo cuidado quando falo com as pessoas. Incentivar uma pessoa á guerra, é traze-la nua para o campo de batalha. Aprendi que com uma dose grande de bom humor e ironia ganharia mais. Não tenho duvidas que ser bem humorado , sabermos decidir se respeitamos não os outros , mas a nós próprios é um passo enorme para sermos mais felizes. Quanto mais louco fôr, quanto mais animal fôr, quanto mais ciumento, rancoroso ou egoista me tornar mais depressa sou internado num manicómio. Não tenho a minima duvida que sermos loucos é sermos saudáveis dentro do respeito que temos que usar e ter por nós.
Não me importo de assumir que gosto de ser manipulador.Começo-me a achar um génio de certa forma por me dizerem que manipulo dezenas de pessoas.( isto diz uma grande amiga...mas não levo a mal...ate acho graça)! Isso faz de mim um génio.E sendo assim posso afirmar-me e orgulhar-me de sozinho ter o poder de controlar tantas mentes. E fazer de mim um génio acaba por fazer das outras pessoas completamente estupidas e deixadas a meu belo prazer aos ataques invisiveis e irónicos de que sou capaz e ninguem dá conta. Se por um lado a arte que tenho de manipular me torna um génio, não deixa de fazer das outras pessoas umas saloias completas que se deixam controlar pela teia que lhes movo.Agora o critério de manipulação que cada um tem não é a forma como eu no meu interior vejo. Agora uma coisa é certa nunca a minha manipulação magoou alguem a não ser eu mesmo.
Até porque é uma questão de auto controle sobre mim próprio e individualmente. Aliás até porque é proprio de mim ser assim. No dia em que perder o meu bom humor, a arte de me auto manipular a mim mesmo, de perceber os riscos , de assim entender pela forma que sou como me dou, como reajo aos outros...no dia que perder esta identidade unica que tenho é no dia que sem dúvida irei perder muita coisa. Ser feliz é também sermos reconhecidos pelo que somos por todos.
Ser feliz é sermos reconhecidos pelo amigo, pela amiga, pela namorada(o) , ser feliz é estar de bem com a vida. E quanto a mim estar de bem com a vida não é jogar as pedras que me jogaram a mim. È receber a pedra e transformá-la em perdão. E ser feliz é nao ter medo de dizer que somos felizes. Que andamos felizes.Que podemos estar felizes. È tão fácil plantar o amor e sarar as amarguras. È tão fácil receber a amizade. Mas é tão dificil o relacionamento humano porque? Há em nós um senso inato do dever e não deixo de fazer algo por ser pecado, e sim por ser injusto. E a nossa ética individual deve se complementar pela ética social, já que não somos um rebanho de indivíduos, mas uma sociedade que exige, à sua boa convivência, normas e leis e, sobretudo, a cooperação de uns com os outros. Requeremos amizade, pedimos amor, desejamos paz, requeremos justiça e compreenção. Há dois tipos de preocupações que podemos e temos liberdade de escolha...ou preocuparmo-nos com todos...ou cada um cuide de si...a nossa ética vem de dentro, iluminada pela razão e fomentada pela prática das virtudes.
Bruno Fernandes

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Elaine Cintra

Certa vez escrevi aqui no blog uma frase de um titulo que dei a uma crónica chamada :

" Estamos condenados a ser livres" e livres de consciência. Libertos de preconceitos e pessimismos exacerbados. Há sempre uma tendência de que o que escrevemos, na verdade nunca é aquilo que sentimos. Andamos com adornos de paninhos quentes, com medos, receios e afins. Nas relações que estabelecemos entre uns e outros , há definições de regras interiores que pelas quais nos guiamos. O que falamos ou dizemos aqui e dependendo sempre de quem escreve , temos por base tentar escrever de acordo com a nossa consciência, o nosso respeito , o carinho que sentimos sempre coisas ou frases que tentem de certa forma não magoar terceiros. Ás vezes as nossas tentativas saem goradas fruto da nossa impaciência e a forma explosiva que em muitos casos eu e tantos outros se remetem a fazê-lo quase instintivamente.


O Capricórnio ( eu mesmo) tem por base ser pouco dado a regras. Assim está escrito na personalidade de cada um. Somos pouco dados a regras ou a seguir determinadas formas de pensamento. Mas somos inconstantes nessa mesma perspectiva de regras. Ao longo da escrita deste blog desde que foi criado por mim dividi-me na minha experiência com outros, na minha relação com outros, nos amores, nas paixões, nas justiças ou injustiças de cada um. Dividi-me por justiça e não justiça. Ao falar do meu mundo e de tudo o que me rodeava , à medida que fui escrevendo , fui –me cada vez mais apercebendo do que somos todos nós, o que precisamos, o que fazemos, o que desejamos e acima de tudo pude através de mim e dos outros ter uma ideia de como nós humanos podemos realmente mudar. O que é necessário para mudar e o que podemos fazer para mudar. Foram as vivências, as pessoas, as ideias, o coração de cada um, as minhas explicações e as dos outros que me fizerem entender o caminho que tinha a seguir.

Ao aperceber-me de tudo o que realmente existe na alma humana, assim como na minha também, remeti-me por breves momentos ao ensaio sobre a minha própria lucidez. O medo, a estranheza, a fúria, o ódio, a mágoa, a alegria e a tristeza de repente acalmaram. A paz que temos de nos dar efectivamente a nós mesmos não só depende da abertura que temos para o nosso interior, como também da dádiva que é de conhecermos os outros. Os outros é o mundo.São as pessoas, são os pensamentos, as angustias as outras formas de vida. Só assim podemos melhorar.


Entendendo que o mundo não gira á nossa volta, que estamos sozinhos, que não somos os únicos e que sofrer é um verbo não para um…mas sim para todos. Não posso nem devo individualizar a minha pessoa, nem posso ser egoísta remetendo-me a mim mesmo como o corpo ou a alma ferida. Tenho de olhar á minha volta , tal como o fiz e questionar todas as razões e acontecimentos da minha vida. Como disse há tempos atrás…fez-me imensamente bem sofrer. Porque ao sofrer…entendi. Lamento que na caminhada que temos pela vida o sofrimento que temos resulte também na triste analogia de que os outros também sofrem. Hoje porém o meu sentimento de tristeza, não se apagando amenizou-se, foi-se fechando. Porque assim é necessário para com olhos de ver podermos ter de novo na nossa visão um jardim cravejado de flores, pássaros, sons que nos fazem dançar no meio das nuvens.

Entendo para mim que cada um de nós necessita sempre de reflectir as suas origens, a sua forma o seu desenho da alma. Entendo que não mudamos porque temos de mudar. Mudamos porque a visão que temos da vida, das pessoas da sua razão ou não …faz-nos mudar. Acho que cada pessoa é enorme dentro de si mesma quando opera uma mudança. Acho e tenho a certeza que cada mudança operada em prol da sua felicidade é um caminho de luz e paz. Tenho por mim que a ordem que estabelecemos nos patamares que subimos é irrelevante. O importante sempre foi e será aprender a respeitar , aprender a ser feliz, dedicarmo-nos sempre, mas sempre a quem nos faz o bem. Sendo assim saberemos discernir entre o que nos é bem vindo e é mal vindo. Deus quando fecha uma janela abre sempre outra. Quando abrimos uma porta abrimos uma nova esperança.

E todos nós temos uma nova esperança. Tenho eu para mim como tenho para quem me rodeia e gosto. Apesar de agirmos na nossa individualidade no que concerne a ser felizes , teremos de agir sempre com a ideia de que não somos felizes apenas com uma pessoa. Uma pessoa não trás felicidade. Uma pessoa trás um pedaço dela , para nós sabermos tratar, amar, cuidar e respeitar. Mas muitas pessoas…trazem muitos pedaços. Trazem mais e mais alegria, trazem migalhas de amizade, de querer , de amor. O que nos complementa não é a ideia que somos felizes com uma pessoa no mundo. O que nos complementa é que no mundo sejamos felizes. Eu faço parte do mundo assim como o mundo faz parte de mim. Hoje vou terminar o meu capitulo em relação e este blog. E estabelecer a partir daqui o fecho de tudo o que falei, seguindo então novos capítulos e novas historias. Mais alegres, mais bem humoradas, mais elaboradas e definidas. Acima de tudo quero alegria, esperança , vivências e recordar sempre aquilo que somos. Portanto para fechar este capitulo e com a entrada de 2007, também eu desejo que no que me toca a mim seja um excelente ano. Eu estou em crer que será. Esperanças renovam-se assim como as pessoas.Quero agradecer seja lá a quem for, começando por aquele que lê e não me conhece acabando nas pessoas que fazem parte do meu mundo o meu obrigado pelo passado, pelo presente e pelo futuro que espero seja para todo o mundo se bem que é difícil de paz e bem estar entre todos.

Compreende-se e compreendo como pessoa que ás vezes existe uma dificuldade de se falar de sentimentos. No entanto na entrada para um novo ano desejo no me concerne a mim como pessoa felicidade e amor. Coisas simples mas que de facto são difíceis de atingir por tantos traumas, defeitos, ciúmes, questiúnculas idiotas que temos sempre uns com os outros e connosco mesmo na nossa consciência. Desejo acima de tudo melhorar-me como pessoa. Algo que é um objectivo perfeitamente atingível e que aliás sinto-me no bom caminho e feliz com isso.

De certa forma sinto-me orgulhoso de estar cada vez melhor interiormente. Coisa que já vinha conseguindo há meses anteriores. Mas faltava-me algo para que a complementaridade e percepção daquilo que posso fazer e atingir fosse de facto uma realidade. Ao entrar neste novo ano propus-me também eu na minha individualização a uma coisa. Olhar de forma diferente para os sentimentos e pessoas que por nós nutrem. E acima de tudo...fazer tudo diferente e nada igual. Erros existem para serem remediados. E assim tenho tentado fazer de uma maneira completamente diferente. Aprendi acho que em demasia até com o ano de 2006. Fez-me recuar tanto tempo atrás que a vontade de transformação superou tudo o que eu em mim imaginava.

Existe uma pessoa nova na minha vida. E pessoas realmente existem para nos dar um novo fôlego. Pessoa a quem tenho aqui que com alegria, sem pessimismos ou medos salientar pela positiva nos últimos meses, até porque perdi-me tanto em tanta escrita ás vezes até injusta em parte que nunca falei dela. E o único espaço em que acho que também sejas reconhecida pela dedicação e esforço que tiveste é também este. Apesar de ser um espaço “meu” é um espaço publico de toda a gente. Alguém que tem superado a imagem que tinha. Alguém que tem sido uma pessoa fantástica e muito especial também. Por muitos meses foram poucas as vezes que a dei a conhecer aqui. O Blog sempre funcionou como o meu diário pessoal e poucas ou nenhumas foram as vezes que te dei o tributo também devido pelo apoio constante que me tens dado e que seria injusto não salientar. Não somos justos muitas vezes na prática que temos da escrita. Eu tento de certa forma e em alguns momentos sê-lo. E hoje vou tentar sê-lo e num caso particular para ti.

São poucas as pessoas que fariam uma viagem de lugares tão distantes para tentarem ser felizes, pela esperança de acreditarem em alguém, de confiarem nas palavras de outra pessoa. São poucas as pessoas que acreditando que a vida delas também pode dar certo se dão ao “luxo” quase "louco" de fazerem o que tu fizes-te. Na verdade olhando para a palavra amor…ela é um pouco disso também. Apimentada por uma dose de loucura, paixão, fogo que até ás vezes arde sem se ver. Por ti, por uma esperança, por um amor, por um objectivo, pelo rumo traçado sem medos como que numa espécie de aventura, vieste dar-te a conhecer. Chegas-te medrosa, tímida, com receios de tudo o que poderia ou não acontecer. Vieste conhecer quem sou, como sou e de que forma sou.



Na verdade trouxeste também tu coisas novas à minha vida. Todas as pessoas trazem na verdade coisas novas à nossa vida. Senão de certa forma não precisávamos de ninguém e sendo assim seguiríamos o nosso caminho caminhando na nossa solidão. Alguém tem sempre alguma coisa diferente. Acordas-te em mim segredos escondidos, destapas-te o véu da tristeza e com o teu sorriso trouxeste a tua contagiavel alegria e bom humor. Deixas-te que a alegria, o alto astral próprio de ti invadissem o meu coração também.

Há uma complementaridade na química, no olhar, no excelente humor que tens. Há uma complementaridade de sentimentos que não renegas e mostras. De certa forma conseguiste superar as expectativas que eu tinha de ti. Ès uma pessoa e tens-me dado a entender e perceber que és aberta ao bom entendimento, tens sempre uma piadinha no meio da conversa, és bem irónica quando queres também, mas acima de tudo tens-me mostrado que quando se gosta...não existem razões para medos , nem barreiras. Isso tenho aprendido de facto. Aliás no amor ou na busca do amor apenas se exige respeito e dedicação. Nesta caminhada de conhecimento , de seres tranquilamente conscientes dos seus actos, tudo flui muito mais rapidamente.

Deste-me a conhecer aos teus amigos e amigas ( eu não te dou a conhecer aos meus tá?rsrs) mostraste-me um lado do mundo muito mais alegre, sempre com a esperança e dedicação que temos de ter para os outros. Sempre estive e agradeci a todas as pessoas que passaram e passam na minha vida. Sempre agradeci a Deus por ter colocado na minha vida boas pessoas, que gostaram, gostam e se dedicam a mim. Tenho os meus melhores amigos, as minhas melhores amigas, tenho a minha linda filhota e agora tu. Realmente a vida não deixa de ser um enorme livro de aprendizagem. Talvez o único que podemos ser ao mesmo tempo autores, realizadores e actores. O que me faz perguntar de certa forma e esclarecer-me a mim mesmo ao ponto de me perguntar …o que cada um de nós faz ou pode fazer por amor? Por outra pessoa? Até que olhando de trás para a frente soube que cada pessoa escreve as páginas da sua vida conforme a sua consciência e caminho vai ditando.Cada pessoa é um livro diferente. Cheio de acções,tramas,dramas alegrias e tristezas. Acho que só no ultimo capitulo do livro assim como da nossa vida…saberemos se tudo valeu apena ou não. Hoje não posso dar respostas concretas se tudo realmente vale o que vale ou não. Na verdade é o que é. Simplesmente isso.

Mesmo longe durante tantos meses , nunca deixas-te de me ligar sempre. Nunca deixas-te de querer saber de mim, como estava, como me sentia, por anda andava, em que pensava, como pensava. Nunca deixas-te de perguntar os porquês, as duvidas, as acções. De te preocupares. De ti...nao tenho nada a apontar por enquanto. Tens sabido ser uma pessoa inteligente e tens sabido sempre entender-me e conhecer-me da forma que eu sempre te disse que era e sou, se bem que alterado em muita coisa, fruto das mudanças interiores que refiz. Na verdade nunca conhecemos ninguém tal como é até conhecermos mesmo na sua essência.Por vezes desiludimo-nos, por outras surpreendemo-nos. Tenho notado que és extremamente sensível e nesse ponto como no do bom humor somos muito parecidos sem dúvida.

Nestes últimos meses tens-me dado muita força, tens mostrado mesmo apesar de teres "levado" com tanta coisa, tanta informação, não desistis-te. Mesmo depois de seres confrontada com muita coisa, não te perdes-te e soubeste procurar a melhor forma de interagir comigo. As perguntas essenciais sempre soubeste faze-las. Sempre fui uma pessoa extremamente alegre, sensível, curiosa e dada aos outros. Ganhei mais do que perdi na verdade. Tal como tu..também tive desilusões e também tiveram comigo. Na interacção com o mundo não existe fórmulas especificas de como agir de como dar ou receber. Existem experiências que tal como num laboratório todos nós vamos fazendo, até atingirmos a fórmula indicada.

Mas estou muito feliz por estar diferente, sentir-me renovado, ter aprendido tanta coisa e acima de tudo...tinha a certeza que pessoas especiais estão destinadas para quem é especial também. Não tenho duvidas que sempre fui abençoado e tive sorte na vida. Tu és tambem...o meu momento de sorte. Ao olhar para a minha vida e perguntar-me se tinha feito algo de especial durante tantos anos, cheguei à conclusão de que fiz sim.Aliás todos fazemos sempre algo de especial! Seja para ajudar o próximo, como para nos ajudarmos a nós mesmos. Fiz de facto muita coisa também por quem me rodeou e quem me rodeou também o fez por mim. Os meus amigos, a minha família, os meus conhecidos, as minhas relações. E ao fazer por alguém , ou por pessoas algo com significados especiais, então sim sendo e considerando-me nessa perspectiva filho de um Deus maior, omnipresente, também…nessa perspectiva sou também eu um ser especial. Filhos de Deus nunca serão sem a menor duvida seres inferiores. Serão sempre especiais. Diferente, nunca igual, mas especial sempre.


Fiz-te uma promessa inicial que procurarei sempre mantê-la ou pelo menos tentar, de certa forma fazer diferente.Não ser diferente na essência, mas moldar-me na forma e entrega como me vêem e eu vejo os outros.Pela mudança, pela diversidade, pelas pessoas e pelos sentimentos....e essa promessa não a quebro de forma nenhuma. Desde que me propus a mudar todos os dias olho para trás e penso que de facto há coisas que não posso, não devo, nem quero fazer. O passado serve nunca para esquecer. Mas sempre como pano de fundo. Tenho um enorme orgulho também pelo meu passado. Apesar de nem sempre ter sido justo nas minhas acções. Mas orgulho pelas pessoas. Pela dedicação, pelo amor e pela amizade. Não fosse isso ou o meu passado e hoje ainda estaria de certa forma adormecido no meu interior. Pela minha mudança e pela manutenção da minha felicidade e das pessoas que do meu mundo fazem parte. È através da dor que aprendemos. E é através da dor que todos aprendemos a amar de novo. È fácil...nada se esquece...tudo se renova e nada se perde!Nós nunca perdemos nada. A vida e enquanto seres viventes deve ser sempre apreciada ao máximo. Agradecer pelo que tivemos e temos. Mesmo com justiça ou injustiça, nada se perde a não ser que o desejemos.


Na verdade tens sido e superado tudo aquilo que pensava de ti. Nunca pensei que a tua entrega, a tua emoção estivessem tanto á flor da pele. Normalmente eu fui sempre assim. São raras as pessoas que tem as emoções tão á flor da pele. Conheço tanta gente, mas gente calada. Gente fechada. Gente inibida. Diferentes apenas. A noção das outras pessoas quando estamos longe nada tem a ver com aquilo depois, com que somos confrontados. E a confrontação final a que tivemos então direito passado tanto tempo, foi aquela que de inicio sempre tive de ti e hoje mantenho. Nas minhas escolhas nunca me enganei. Por observar tanta coisa e ouvir sei quase de cor e salteado o que é certo e errado na vida. Como pessoa e mulher superas-te sem duvida toda a ideia base que eu tinha construído. Ganhamos sempre alguma coisa na vida. Mais esperança, Mais pessoas, novos conhecimentos, novos amores, novas amizades, mas acima de tudo , ganhamos em vivência. De facto seres de outra cultura, outra forma de pensar, de estar, de agir acabou por de certa forma encaixar na forma que sempre fui eu na minha pessoa e que todos os meus amigos me conhecem.Alegre, divertido e expontaneo.Daí na verdade e no meu interior não ter duvidado bem ca dentro da verdade.

O segredo das pessoas e vivências não está no amor ou na forma como nos damos. Esta na forma como entendemos cada pessoa e forma de ser. E ao percebermos isso o encaixe..é perfeito. A forma como deixas-te expressa o que querias, desejavas, os teus anseios, a atitude que tiveste ao ires-te embora…por tudo…estou agradecido. Pela forma mais simples que existe de as pessoas, tal como tu, tem de demonstrarem todo o carinho que tu demonstras-te. De uma forma abnegada, livre e espontânea tomei para mim que a autenticidade das pessoas não está nas palavras mas sim nos seus actos. E o acto de demonstrar tudo o que sentimos, de falar, de brincarmos, de nos abrirmos para o mundo é sem dúvida a eterna certeza de que quem é assim é com toda a certeza feliz.

Porque consigo entender hoje muito melhor determinadas coisas e assim sendo mais fácil fica para mim saber agir. Hoje…faço tudo diferente. E estou feliz por isso. Na vida nem sempre fazemos o que é justo de uns para outros e de outros para nós. Mas na verdade o ensinamento que vem da justiça ou injustiça é o que nos molda e nos deixa livres. E liberdade é espontaneidade, é força, dedicação , amor, amizade.

Mas no fundo aqui neste blog esta de tudo. E tudo é isto mesmo. Saber dar também a mão à palmatória , reconhecer nos outros como estou a reconhecer em ti o enorme bem que estás a fazer-me. Sem receios,sem medos,com alegria e satisfação, com prazer e dedicação deixo em ti e para ti Elaine Cintra a pessoa que sempre te disse que eras...fantástica mesmo.Pelo menos nos meses que se tem passado é a ideia que tenho. Um dia escrevi aqui para ti uma frase que dizia.." Eu topo elaine" ...Hoje...passado meses....Subscrevo essa frase sublinhando e assinando por baixo mais do que nunca. Pela mudança das pessoas, pelo prazer enorme que é mudar, encontrar novos caminhos,pelo respeito do passado, pela graça do presente…saberemos de certo e assim sendo ser muito melhores do que sempre fomos.

Muchas Gracias...

Bruno Fernandes

Quanto mais sei...menos me apetece saber.

Durante a semana do natal em que todos nós tivemos envolvidos uns mais do que outros, cheguei á conclusão fria como o gelo de que quanto mais sei...menos me apeteçe saber. Ás vezes gostava de ser daqueles camponeses que nasçem e morrem no campo. Pus-me a pensar no outro dia´nivelando de 0 a 10 o grau da minha sabedoria interior. O que aprendi eu de mim, dos outros, em que grau me encontro? Em que estado estou? Melancolico? Triste? Feliz? Conhecedor das razões do meu eu? Fiz mais uma introspecção antes de entrar em 2007. Ou seja até que ponto tinha modificado, no que me tinha tornado. Se para melhor, ou se para pior? Que rumo tomei? Continuei eu mesmo? Como me mantinha e mantenho.
Andei pelas calçadas da alma, pelas ruas e becos do pensamento e cheguei á conclusão de que quanto mais sei...menos ainda me apeteçe saber. Acho que sabendo demais, aprendendo demais, informação a mais não só nos torna mais idiotas e estupidos como pessoas convictas de que somos quase uns perfeitos infaliveis quando se trata de falarmos das verdades, das razões ou dos conselhos. È como se abrisse uma cortina no palco de teatro e não deixarmos ninguém aplaudir. Ouvir apenas a nossa voz na esperança de que a nossa voz é a voz de todos eles que nos vêem. Pensei por momentos nas minhas modificações e se realmente aprendi algo. Aprendemos sempre algo de valoroso na vida. Quanto a mim a principal vaga de sentimentos que nos corrompe e se interioriza dentro de nós á a vaga que tras a humildade.
A humildade tras a sabedoria e o discernimento. Quanto me coloquei a ler certos textos de filosofos na Internet, a procurar sobre sabedoria, espiritualidade, força, sentido da vida, luz,compaixão, amor entre outros tomou quase conta de mim como uma droga infalivel que não mais desejava sair. Por momentos achei que a minha mudança estava ali. Que ali me tinha encontrado, que perante tudo o que li, o que tentei aprender, pensava eu que estava então como um anjo, um poeta ou algum ente cheio de luz, tambem eu crivado pelo dom do saber. Erro. Grande erro. Voltei atras. Percebi que quanto mais ia aprendendo, quanto mais me ia desligando da minha verdeira essencia, do meu mundo para entrar em mundos desconhecidos...percebi que estava a perder-me.
Na verdade, perdemos uma parte de nós mesmos quando deixamos um mundo que é nosso , que é a nossa redoma de aprendizagem para nos lançarmos como fanáticos á arte de aprender tudo o que não nos diz, nem responde ás nossas maiores necessidades. A vontade de estarmos felizes , de querermos estar bem, da auto ajuda, luminosa ou não, de entes de outras facções ou mundos que nao este, á descoberta do nosso proprio paraíso , de algo que nos faça sentir como parte integrante desse mesmo mundo...leva-nos ao desgosto , á tristeza e á angustia da derrota da nossa propria teimosia.Por isso nos perguntamos : "Onde errei eu?" Não rezo? Não faço por mereçer? Não luto? Não me debato com os problemas? Não procuro ajudar? Então porque razão nao tenho? Porque razão continuo com problemas? Quanto mais conhecimento absorvo mais arrogante me torno. Mais inviolável sou.
Mais problemático tento ser com os outros. Porque acredito piamente que a razão do meu estudo, da minha auto ajuda, daquilo que quero e aprendo é a razão principal e pelas quais eu me vou regendo. E foi aqui que começei a perceber que para entender-me melhor, a mim , quem me rodeia, a forma como falo, como me dou a conhecer e a forma como deixo outros entrarem na minha vida que: para aprender, para conhecer, para saber mais, para adquirir a minha sabedoria interior, necessito primeiramente e antes de mais de ser o mais baixo e vil dos homens. Necessito de me sentir despresivel, como alguem que nada sabe, que tudo sabe mas que precisa efectivamente de andar descalço sobre o carvão em brasa.
Percebi olhando para tras que para ser melhor para mim e na tentativa de abrir o meu coração aos outros necessitava de ser o campones feliz, inculto, de alma vazia de preconceitos, de ódios ou mágoas. percebi que para chegar ali...tinha de antes passar por determinada privação. Todo o saber que adquirimos precisa de ser testado. Não basta aprender e recebe-lo tal como quem recebe uma medalha. Não basta dizer : Levanta-te e anda. È necessário ter o poder para dizer. Portanto á medida que fui sabendo mais, ouvindo mais, percebendo melhor a minha propria sabedoria como a dos outros...fui dando passos atras. Quanto mais sei...menos me apeteçe na verdade saber. Mas sei que quero ser melhor, mas quero evitar tal como tentei...a sabedoria do meu umbigo.
Bruno Fernandes

terça-feira, janeiro 02, 2007

Janeiro de 2007...Novo ano!

Ola a todos! Então miss me? Vá...confessem! Não viam a hora de eu chegar não é? Mas cá estou depois de umas mini férias com natal e final de ano pelo meio. Espero que estejam todos bem e preparados para este novo ano que já entramos mas que me cheira que será muito longo em termos novas noticias, dramas e afins. Aliás desejamos sempre o melhor mas todos os anos temos sempre problemas aqui e ali. Pronto...faz parte do nosso quotidiano.

Desejamos paz, mas a guerra nao acaba e prolonga-se sempre. Desejamos saude, mas cada vez há mais e novas doenças, desejamos felicidade, mas a cada ano que passa vimos em tanta gente a infelicidade estampada no rosto. Sinceramente a nossa mais intima futurologia fica sempre aquém das expectativas. Mas...como diz o outro não custa sonhar e desejar o melhor que ansiamos para nós e para os outros.
Portanto espero que este ano seja sempre melhor que o anterior. Se bem que , estou sempre com um olho no burro, outro no cigano. Que venha então ano de 2007 e vamos ver o que dá.
Bruno Fernandes