Agora que nos aproximamos vertiginosamente do ano do fim de 2007 e com o inicio de 2008 muito pertinho, sinto-me hoje um pouco decepcionado com tanta coisa. Há dias tal como dizem que mais vale nao sair de casa. Há dias em que preferimos ficar no nosso silencio, sossegados, sem o stress do trabalho, sem ordens superiores, sem amigos por perto, sem ninguem por breves instantes na nossa vida. Longe da mãe, do tio, do pai, do avô, das namoradas...seja lá quem for. Sinto-me imensamente desgastado com tanta coisa que desde o final de 2006 veio por aí abaixo como quem joga numa roleta russa.
Foram meses em que sozinho, porque na realidade sozinho estava tive de virar as minhas atenções, dois braços e duas pernas para todos os lados. Mãe, assistentes sociais,colegas de trabalho, o imenso trabalho em si que tive, filha, amigos, namorada, viagens de ida e volta, casa, senhorias,advogados,instituições financeiras,policia,bombeiros.Todo o genero de contactos e da imensidão de pessoas, de coisas que me apareceram á frente. Naturalmente que sozinho e mesmo com apoio moral daqui e dali..nao chegava para tudo.Não houve mãos a medir. No meio disto tudo ainda existia eu.Eu proprio e todas as minhas forças viradas em todas as vertentes. Dava atençao aqui, ali,tentava por todos os meios resolver tudo como podia.Mas na verdade era complicado resolver tanta coisa nas mãos de uma pessoa só. Mas realmente a vontade, a coragem e a determinação em fazer as coisas de modo a que todas as pessoas , gentes de diferentes quadrantes notassem esse esforço...acabou por ser compensado.
Foi um inicio de 2006 muito duro. Talvez por palavras e com todas as visões imaginárias seja impossivel de descrever o stress vivido. Só mesmo vivendo e vivenciando. Na verdade foi um ano triste para mim. Foi um ano em que perdi o que nao julgava perder, em que pensei que as pessoas continuassem no seu apoio e demonstraçao de força tambem e dedicaçao.Nem toda a gente consegui. E sendo que por isso para mim e no meu momento onde ja andava tão em baixo e cansado psicologicamente foi como uma hecatombe.
Passado tantos meses continuo a olhar para o percurso do ano de 2006 e das pessoas que conheci, com quem partilhei a minha vida, com quem abri a porta da minha vida e com toda a transparencia que tive...continuo a pensar que estando eu no lugar de muitos e olhando para a minha vida, que talvez...talvez...o sentido normal de qualquer ser humano é resguardar-se de mais problemas e sendo assim...aos poucos ir-se afastando. Não vi apenas isso com a minha relaçao pessoal de namoro...vi isso com certos amigos. Como se nos batessem nas costas e dissessem " Olha....estamos aqui....mas não nos peças nada".
Perante a minha forma de ser. Perante a imagem como pessoa seja ela especial ou fantastica que sempre dei, perante a minh propria vida e todos os dissabores que tinha e tive, perante od dias tristes que passei, das horas de angustia, de tristeza e medo...nunca foi de mim viras as costas aos meus amigos, filha, mãe, conhecidos, trabalho ou namoradas ou ex namoradas.Dei sempre o melhor de mim a toda a gente. Telefonei, quis saber, preocupava-me, tentava que a ninguem em nenhum momento faltasse no minimo o meu amor, carinho e dedicação como ser humano em relação aos outros.
Hoje porém a ideia que tenho de que os outros nada podem fazer por nos a nao ser nos mesmos...é um ideia errada e absurda. Totalmente inócua e miseravelmente egoista. Podia muito bem em tantos momentos, ter olhado apenas para mim. Podia sem duvida mandar á merda a mãe, a filha, o tio, os amigos e namoros e olhar com todas as energias para mim. Mas a verdade é que a minha maior energia vem do carinho da minha filha, do apoio dos meus amigos, da atenção que me dão, da presença e de todo o amor que transmitem.
Obviamente que neste espaço não posso apontar o dedo ás pessoas ou atitudes.Porque cada pessoa tem uma visão diferente da minha.Mas não creio que nos piores momentos, nas alturas em que mais estamos necessitados de alguem que se mantenha por perto, de uma palavra de um consolo por minimo que seja....nao acredito e nao creio que a razão esteja do lado daqueles que por opção propria decidem fechar coma porta.
Entenderia talvez que se fosse por apenas breves instantes pela propria cura da pessoa...entenderia como o espaço e a liberdade de cada um e cada um necessita para renovar energias. Mas...acaba por ter e por ser demasiadamente evidente e hoje principalmente que...as pessoas cada vez mais preferem paz e serenidade em si mesmas e para consigo mesmas. Na verdade nao posso deixar de dizer que me sinto bem comigo. Penso que tanta coisa que nos acontece na vida da-nos na verdade uma sabedoria ao alcançe de poucos em relação á vida.
Dizem que todos nós precisamos de todos os outros. Mas pareçe ás vezes que precisamos apenas como janela protectora ou simplesmente necessitammos para calar ou fechar um desejo dentro de nos.Eu sempre precisei de toda a gente. Sempre quis ter atençao, carinho e dei-me tal como me continuo a dar na totalidade. Acho que acima de tudo o facto de sairmos magoados e sentidos de todas as coisas em que nos colocamos não faz de nós mais frios ou calculistas. Foi de facto um ano para esquecer....mas....lembrar-me sempre! Nunca esquecerei do ano de 2006 assim como o ano de 2005. E engraçado aconteceu sempre tudo...nos finais dos anos e incicios de outros. Engraçado como é em todos os finais de ano que aconteçem as coisas.
São poucas as pessoas que me entendem.Talvez aqueles que pertençem ao meu signo e com quem falo entendam a nossa forma de ver e sentir as coisas. E nao tenho duvidas que todos as pessoas do meu signo sao de facto pessoas especiais.Tem uma atitude fantastica em relaçao ao amor e amizade. Sem duvida que o nosso maior azar é sofrermos imensamente...tanto porque da mesma forma vemos o amor e amizade como poucos.Há pessoas que relativizam o amor e amizade como se no meio de tudo isto apenas tivesse de haver uma co-relação de paixão/sexo/amor. E não...continuo com a ideia original de que amizade versus partilha versus dedicaçao versus compaixão e justiça....desencadeia a mais bela forma de amor.
Durante os meses que se seguiram de 2007, tive a oportunidade de provas em que as pessoas dedicaram, principalmente de tres pessoas. Raquel, Luci e Ana Catarina. de todas uam frase apenas da minha filha que chegou e bastou para mim: " Pai estou contigo até ires para o Céu"...afinal....que mais preciso eu...depois de ouvir isto?
A necessidade de vitimização advem da necessidade de estrutura que nos falta. Todos nos vitimamos.Ou porque os amigos nao nos ligam, ou porque nao conseguimos fazer um trabalho, ou porque nao temos tempo para nos, ou porque alguem não nos liga, ou porque nao podemos comprar um carro.Em todos os momentos utilizamos uma forma de vitimizaçao.Ou nao temos dinheiro, ou andamos com trombas e nao querermos ligar a ninguem e a vontade é de dizer " larguem-me da mão". Muitas vezes me acusaram de me fazer demasiadamente de vitima. Mas...que posso eu fazer ?Que poderia fazer eu no meio de tanta coisa?De tanta tristeza e decepçao com tanta coisa? A little smile?Talvez....
Hoje mantenho e sorriso e ele vai voltando aos poucos. Com o aproximar do ano de 2008 e com a aproximaçao de me ir embora daqui...vou crente e com mais uma vez....toda a vontade do mundo. De ajudar, de apoiar, de me dedicar e de me entregar com todo o amor e carinho a toda a gente. Sofrer é uma forma de nos tornarmos melhores, menos egoistas e mais fortes.
Bruno