quinta-feira, janeiro 11, 2007

O LIVRO DAS CARICÍAS.

Olá, de volta mais uma vez. Andam fartos de mim não é? Deixem lá nao são os unicos. Mas não tenho nada a ver com isso ok? Mentira...claro que tenho. Se não fosse também por vocês, não escreveria. Escrevemos, falamos nunca para uma parede mas para uma pessoa, várias ou multidões. Já viram se O Senhor Jesus Cristo falasse apenas para paredes? Hoje não saberiamos nada de história biblica. Portanto todos temos sempre a ver com tudo. Acabei de ler ontem um livro que recebi este ano. Chama-se o Livro das Caricias. E pela primeira vez consegui ler um livro em que pudesse dizer " Hey ..that s me in there". Fala acima de tudo dos medos das pessoas, da nossa pequenez, dos sentimentos escondidos, das reservas das pessoas em não falarem, o receio de ter que dizer isto ou aquilo, de fazer isto ou aquilo. Fala de daquilo que tanto vou apregoando ao longo deste blog. Fala de sermos justos, de nao sermos medrosos. Fala de amizade, respeito, ética, amor total e incondicional.
Se eu soubesse tinha escrito eu primeiro. Assim teria vendido os 15 milhões de exemplares que o autor vendeu. Estaria riquissimo a esta altura. Ora Porra...acho que ele me roubou o a alma. De qualquer das formas e como ia dizendo, foi o livro que mais gostei de ler ate hoje. Em cada frase, em cada palavra, fui percebendo melhor ainda que o que faço, a forma como vou agindo é uma forma correcta em termos de pensamento, de sentimentos e acima de tudo tal como o autor diz...Observação. È como se eu tivesse de certa forma 15 milhões de pessoas do meu lado a ouvir-me e a ler o que escrevo.
Mas voltemos ao livro. Nas várias fases do livro e são muitas, porque tem mais de 200 páginas, o autor explica na sua prespectiva e dando exemplos excelentes de como podemos mudar, da forma que podemos agir e como é fantastico as pessoas perderem o medo de se mostrarem. Tem uma verdade que muitas vezes combato aqui em relação a tanta gente. Muitas pessoas são tão reservadas que a propria reserva que fazem de si , faz com que se magoem mais, que sejam pessoas mais sérias, menos vivas, menos dadas e menos expressivas. Hoje ao olhar para mim e ao perceber o livro na sua plenitude e perfeição , percebo e entendo que todo o pozinho de caricias ( que são na verdade, todos os sentimentos de amor que possuimos) que todos temos..vai-se extinguindo ao longo dos anos e tempo. Começamos a reservarmo-nos, por medos, receios, frustrações, inibições e acima de tudo porque fica mal dizer isto ou aquilo, ou fica mal fazer isto ou aquilo. Vivemos num mundo de regras sempre. E não deveria ser assim em muitos casos.
Vamos extinguindo de nós as formas de dar amor. Porque nos vamos fechando muitas vezes sem nos apercebermos daquilo que fazemos. Quando queremos dar amor, expressamos todos os sentimentos seja por alguem escolhido por nos, seja em termos de amor ou amizade quase que somos apelidados de doidos varridos. Muitas vezes as pessoas não entendem o "pozinho" interior, que está crivado em nós , que gostamos de demonstrar é a mais pura essência e transparência de amor que temos uns pelos outros.
As pessoas tem medo de receber e dar amor. Porque a entrega ou a dedicação tem o seu preço exacerbado também. Quando começei a ler o livro , fui-me embriagando também pelas frases e palavras. Pensei tantas vezes em tempos anteriores e hoje também...porque é que as pessoas recusam um abraço? Um beijo? Uma caricia? Porque é que ao reservarem-se para eles proprios...nos reservam a nós também? Que mal existe no melhor sentimento expresso do mundo da alma? Que vantagem temos ao negar amor? Que vantagem temos em sermos reservados? Nenhuma pensarei eu. Ou talvez sim. Ao mostrar-me sempre como me mostrei livre de reservas e dado á expressão máxima de dar o que sinto, de oferecer o que tenho vivo como sempre vivi mais feliz comigo mesmo. Muitas vezes mesmo magoado por as pessoas não entenderem o significado de caricia, de dar e receber. Não existe uma predesposição para o amor ou amizade. Não existe uma predesposição da alma. Existem medos. Formas de nos reservarmos na nossa ignorância a algo que tem uma beleza transcendental. A limitação que nos impomos , muitas vezes cheios de regras , muitas vezes cheios de duvidas é por certo uma das formas que nos vai moldando a nossa forma de estar com outros.
Eu gosto de ti...então porque não mostrar? Tu gostas de mim ...então porque não demonstrar? Se temos amor, se temos amizade, se sentimos falta de um beijo, de um abraço apertado, se o que temos cá dentro é tão grande que ás vezes nem sabemos lidar com isso..porque nao demonstrar? È tão estranho. Durante tempos debati-me com esta questão. Pensava que de certa forma eu poderia estar louco ou errado. Faria mal em demonstrar amor? Faria mal em expressar tudo o que sentia ou sinto? Não! De forma nenhuma. Já sabia de toda a minha certeza que nunca na vida seria e é errado demonstrar. Nós é que somos feitos de dogmas e regras estupidas que nos limitam como pessoas. Medos, receios , ciumes, fatalidades moldam sempre o amor. È como entregar um pozinho de caricias e as pessoas em troca darem uma coroa de espinhos. Não tem cabimento. Não existe maior luz, não existe maior felicidade a não ser aquele em que mostramos toda a alegria que temos para nós e para os outros. Sermos como tanta gente é , reservados torna-nos pessoas demasiadamente serias, rigorosas e mal preparadas para a expressão máxima de sermos o que não queremos ser.
Durante o ano findo, refastelei-me sentado no sofá e fiz uma pergunta a mim proprio. Até que ponto devemos ir em busca da nossa felicidade? Até que ponto o amor vai? Pensei em várias suposiões, formas, estratégias interiores. Comparei os meus amigos, comparei relações, estabeleci regras e no final perguntei-me...alguém sairá magoado na busca da felicidade? E então sim... a resposta nunca poderia ser outra. Sim..há sempre pessoas que se magoam. Que magoamos quando na tentativa , numa busca de amor a nós, ao proximo , magoamos sempre alguém. Eu mesmo vivi isso em 2006. Como eu muita gente em tantos lugares do mundo viveu isso. A minha unica regra que mantenho ate hoje e aprendi durante largos meses foi...respeito. Para ser feliz tenho de aprender que o respeito que me é devido ao proximo tem tanto valor como o respeito que tenho de ter por quem amo ou gosto. Inibir-me e colocar de lado o respeito em prol de mim é retirar o amor que tenho pelo proximo e assim sendo deixar alguém magoado. Mas...na verdade compreendo melhor o mundo que me rodeia. Na mesma medida que finalmente me compreendi a mim. E ao questionar-me entre certos e errados descobri que na vida o amor mereçe respeito. E muitas vezes foi o facto de me afastar do respeito que não tive o amor devido. Foi por me afastar do respeito que o oposto ao respeito senti na pele. Não no sentido dramático da questão. Não no sentido de mágoa, desprezo. Sim no sentido de aprendizagem. Sinto-me orgulhoso de mim. Orgulhoso por ter entendido que só respeitando o proximo podemos ter uma visão maior e menos toldada, embaciada de amor.
O livro das caricias, mostrou-me também que sendo como eu sou, ser quem eu sou é a forma mais correcta de ser. Mostrou-me que mesmo que nao seja reservado, mesmo que da forma como me dou aos outros, da forma como me abro...mesmo sendo assim e sabendo que no mundo tanto há ovelhas como lobos sempre á espreita, mostrou-se de facto que ser da forma como sempre fui e sou é mostrar que o amor para alem de ser mostrado, tem de ser vivido, sem medos ou receios. Perdoei-me a mim mesmo das minhas atitudes durante uma vida. Percebo que para aprender tenho de passar por várias fases, etapas e exames. A minha consciencia esteve sempre de mão dada com o coração. Mas as razões dos meus impropérios, devaneios, maldadades e atitudes fazem parte da aprendizagem constante a que somos dados a perceber durante uma vida.
Hoje como observador, que o proprio livro fala, vou limitando-me a observar com atençao a forma do mundo agir. Há uma frase no livro que diz..."iluminado é aquele que com todo o amor e sabedoria interior demonstra sem pejo nem preconceitos todo o seu esplendor" . Por momentos, por um dia deixem que eu seja o iluminado. Por um dia deixem que eu seja altruísta e me considere hoje como sempre o fiz iluminado por ter tido sempre amor, por ter todo o carinho e amor das pessoas, por continuar a nao reservar-me...mesmo que não tenha a correspoindencia do mundo. Por um dia...eu quero ser o mundo. E que o mundo...a mim me pertença...
Bruno Fernandes

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