quinta-feira, outubro 26, 2006

Estamos Condenados a ser Livres!

Para quem não sabe esta frase nao me perteçe a mim mas sim ao famoso filosofo existencialista e talvez o maior do nosso tempo Jean Paule Sartre. Durante os ultimos 2/3 dias estive a ler em casa um dos livros dele, no qual com uma sagaz e completa visão do ser humano descrevia o sentido de sermos ou estarmos condenados a ser livres.

A explicação não é mais do que termos nas nossas mãos o que chamamos de Livre arbitrio. Tanto podemos escolher o Bem, como o mal. Sendo que uma ou outro estão inteiramente ligadas. Nem sempre o que achamos na nossa consciencia que é o correcto fazer mediante o que nos é ditado pela força da nossa razão é o correcto. Mas é uma escolha. E as escolhas como sabemos nunca são fácies de digerir. Estar "condenado a ser livre" significa que somos os únicos responsáveis por gerar, a partir de cada situação, nosso próprio "mundo" - responsáveis pela escolha de nossas próprias metas, dos nossos métodos de alcançá-las, de nossas respostas à ansiedade da escolha.
Mas fazer uma escolha, seja ela certa ou errada depende tambem da forma como nós nos vemos e sentimos. Ou seja...muitas vezes quando decidimos tomar uma posiçao, fazer uma escolha, decidir sobre algo,não percebemos que muitos de nós, no entanto, recusam-se a encarar estes factos, porque não podem suportar a idéia de que são responsáveis pelo seu mundo. Preferimos muitas vezes acharmos que somos nós as vitimas eternas e por esse facto não encaramos a realidade no seu total.

Na verdade e nada mais do que a verdade, colocamos a culpa de nossas péssimas escolhas, ou dos nossos esforços fracassados, em uma infância infeliz, da infeliz vida que tivemos, na opressão cultural, na classe social, no preconceito, ou na sociedade em geral. Mas...e sem dúvida o mais importante, é que agimos de má fé ao não aceitar as nossas deficiências e sendo assim recusar aceitar intrepertar os próprios factos da vida em si. Nós mesmos. Engraçado que alguém é sempre culpado, alguem fez sempre alguma coisa, alguem magoou, matou, desmenbrou-....etc.

Mas o facto é que ao não aceitarmos de forma nenhuma aquilo que somos , os erros que temos, as incidências em forma de culpa que temos e que incutimos muitas vezes aos outros, fazem de nós eternos senhores de que tudo sabem, mas que interiormente nada percebem. Reconhecer-se na sua propria pessoa , conscientemente e aceitar que os erros que muitas vezes culpabilizamos o mundo e as pessoas, não são mais do que a nossa própria cegueira de não nos sabermos ver a nós. A isto chamo eterna teimosia e orgulho presunçoso de nos acharmos em certa medida senhores da razão, quando na verdade razão não existe quando agimos de má fé e não sabemos intrepertar os factos. Por alguma razão quando na verdade nos achamos injuriados, quando pensamos que estamos a agir em abono da verdade, procuramos sempre quem "coabite" da nossa ideia, da nossa verdade e de todo o pensamento envolvente. Quantas mais pessoas nos disserem " tens razão" mais fácil será para mim acreditar que estou a agir de acordo com a minha verdade. Nada mais do que pura ilusão...

A verdade não está naquilo que os outros supostamente nos possam dizer.A verdade está em nós, na lealdade que temos para connosco, para o amor que temos para connosco. Se eu não for o primeiro a acreditar em mim, se não souber olhar para tras , para o presente e não for o primeiro a dizer " Eu errei tanto tambem" nunca poderei colocar-me em posiçao de acusar ou de me achar com a minha soberba senhor da verdade. Será que não percebem que cada um de nós erra infantilmente? Não entendem que erramos para aprender? Se a minha filha errar ou cometer um erro, não a vou espancar para ela aprender. Uma criança precisa de tempo, precisa de amor, de carinho, de muitas horas de conversa, de ensinamentos! Mal de mim se ela errasse eu pagasse na mesma moeda apontado-lhe o dedo em riste. Não sabem que a culpa nunca morre sozinha? Que a consciencia não pesa apenas de um lado? Será que se entende que o amor, a amizade, a verdade, a duvida, o querer, a felicidade, o entender não esta ligado aos outros...mas sim a nós? Nòs somos donos e senhores de nós mesmos. Somos nós que temos a liberdade total como humanos , como seres viventes de sozinhos sabermos discernir a verdade e tudo o que a envolve. Livre arbitrio não é juntarmos 50 mil pessoas num estádio para tomar decisões.

Eu cada vez que me observo a mim mesmo . olho para trás e tento entender tanta coisa tanto no meu mundo , como na minha vida pessoal mais me acho do planeta marte. Não que eu queira com isto dizer " Hey man...i m difrent" porque supostamente ser diferente é estar-me a colocar-me num patamar diferente de outros. A mania de dizer que somos diferentes começa-me hoje em dia a soar mal...muito mal. Porque...somos diferentes em que? O padre que faz voto de castidade anda em abusos sexuais com meninos. O politico que é um homem serio e casado e visto pela populaçao como um homem "diferente" tem desejos sexuais por uma criança. Aqueles que pregam o amor em momentos de paz, que se mostram seres de iluminaçao e que muitos de nós seguem na fervorosa busca pela paz interior e felicidade, são aqueles que em momentos de aperto quase nos enforcam numa árvore á vista de todos! Colocamos dinheiro na Igreja , porque nos dizem que temos de ter amor pelos santos e alminhas, e que por conseguinte temos de "aprender a dar" porque "dar é receber", mas o valor que damos é para comprar vinho, ou por um pára choques novo no carro do padre. Os estados Unidos são um país diferente...ninguem pode ter bombas atómicas...mas ninguem as pode ter! Agora digam-me....somos realmente diferentes em que? Eu pergunto....outra vez......somos DIFERENTES EM QUE??
Bruno

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