quarta-feira, junho 02, 2010

A DOUTRINA DE BRUNO...



PARTE I

Hoje fiz uma pequena introspecção interior no sentido de tentar perceber como nós humanos funcionamos. O que queremos, o que desejamos para nós, a atitude perante a vida, os desassossegos, as dúvidas, as razões e limites da felicidade. Amor, ódios, raivas, problemáticas e afins. Amizades, reestruturação, complementarização, religiosidade, filosofia de vida. Riqueza e pobreza. Amor, terror, depressões, angústias.


Amor...? É simples:

Amor Verdadeiro... Uma rapariga perguntou a um rapaz se ele a achava bonita, ele disse...Não. Ela perguntou se ele queria ficar com ela pela eternidade... E ele disse não.

 Então ela perguntou a ele, se ela fosse embora ele iria chorar, e mais uma vez ele respondeu com um não. Ela já tinha ouvido demais.

Assim que ela tava indo embora, lágrimas caíam de sua face. O rapaz agarrou seu braço e disse...Você não é bonita você é linda. Eu não quero ficar com você pra sempre, eu preciso ficar com você pra sempre. E eu não iria chorar se você fosse embora...Eu iria morrer...




Engraçado como durante a nossa vida uns e outros passamos por diversos momentos onde toda esta panóplia de situações acabam por existir e coexistir entre todos. Tantas pessoas diferentes, tantos amores diferentes. Amizades que vão passando ao longo da nossa vida. Motivações, desmotivações, planeamentos de vida, estruturas.

Hoje ao fim dos 34 anos do meu nascimento, em Dezembro do longinquo ano de 1975, sou mais um entre tantos milhões de pessoas por aí espalhadas que tem uma história de vida. Aliás todos temos. Todos bem ou mal, melhor ou pior, já passamos por diversas situações. Acertamos em muitas alturas, erramos em outras e aqui continuamos a tentar nos estruturar. Sozinhos ou acompanhados, vamos sempre tentando viver a nossa vida pelo melhor. Aliás...esperamos sempre que a nossa vida nos corra pelo melhor.

No entanto isso nunca depende de nós. Estamos sempre dependentes em diversas alturas de pais, familia, amizades, amores que aparecem e desaparecem e os anos vão passando. Certa altura chega em que,  em certos momentos conseguimos caminhar sozinhos. Dar os passos necessários sem a necessidade que alguém nos diga o que devemos ou não fazer. E isso, fica mais ou menos entre o limiar da nossa solidão e as portas da nossa coragem.

Hoje pensei em ínumeras coisas. Em como já fomos felizes, como já causamos infelicidade. Em como já levamos pontapés na bunda e em como já demos. Não somos perfeitos....e isso toda a gente sabe. A não ser aqueles que se acham na realidade perfeitos na sua própria ignorância.

Hoje pensei em inumeras coisas. O que realmente vale apena na nossa vida? Felicidade? Ter alguém que nos faça suprimir a ausência de algo? Ficarmos sozinhos? Em que ponto chave existe a felicidade num mundo tão cheio de imperfeições? Será a felicidade capaz de destronar toda a nossa estrutura de pensamento e nos deixar entregues a ela?

Ser feliz hoje...é complicado. Porque incita a um sem número de pressupostos inerentes a essa mesma felicidade. Estamos dependentes no mundo de hoje, com tanta informação, capitalismo exacerbado, trabalhos, correria louca, disputas de lugares, tentativa de ter mais e mais para nos sentirmos preenchidos que a verdadeira felicidade perde completamente o seu cariz mais completo. A sua magia, a sua alegria.

Hoje em dia  na minha correria louca para o trabalho como todos, não fico mais indiferente a tudo o que se passa á minha volta. Pessoas ao telemovel , problemas, falam mal uns dos outros, outros falam de acções na bolsa, dinheiro, formas de ganhar mais, outros falam dos desamores, dos ódios, etc. Só escuto problemas quando ando de transportes publicos. As pessoas hoje já não dão a verdadeira importância ao amor que deveriam dar. Problemas...problemas, dinheiro...dinheiro...trabalhos, trabalhos!
PARTE II

 
Não consigo ouvir da boca de ninguem num grito louco e exacerbado no meio da multidão: EU AMO A VIDA! Amo o pouco que tenho! Amo o momento que Deus me proporciona! Amo as flores, o jardim, o simples olhar para o oceano e ver aí refletida a minha face. Amo o pouco, o minimo que tenho! Porque o que tenho é muito mais do que muitos possuem!

Não oiço falar de amor. Hoje ficar com alguém...requer imenso cuidados. Estrutura...dinheiro...capacidade de estrutural, casa, carros, bons trabalhos, uma identidade propria e uma visão que nos permita ser vistos como "Alguém". Hoje os cuidados são mais redobrados. Sim...poderei ficar com alguém...mas...

 As escolhas são mais ponderadas. E por isso mesmo...a infeliciade em si...muito maior.

Tenho notado como o tempo tem passado depressa demais. Olho para trás e vejo as pessoas que já tive, as que perdi e consequentemente amor e infelicidade no acto de ganhar e perder. É um carrosel de situações e momentos. Mas um carrosel de crescimento interior também.

Então mas no meio desta conversa toda...deveremos desistir? Resignarmo-nos? Ou simplesmente lutar? Viver...?

Nestes dias que fiquei doente, dei-me conta como somos tão frágeis como humanos que somos. Enquanto novos penamos que somos imortais! Que viveremos para sempre.Que a nossa página não se fecha. Que a nossa chama não se apaga. Já perdi amigos queridos que como eu sonhavam , alimentavam o sonho de fazer mil e uma coisas. E não conseguiram. Os sonhos perderam-se, os amores foram-se e eles não mais existem a não ser na memória.

Eu ainda continuo vivo...alimentando o sonho que  a nossa vida não se perde enquanto sonharmos com algo melhor. Mas continuo vivo ciente que a qualquer momento não mais poderei respirar, ver o mundo á minha forma, trasnmitir as minhas ideias.

E  esse algo melhor da vida...não pode ser baseado em  dinheiro, ganância, ódios, invejas....esse algo muito melhor para uma vida ainda melhor, tem de ser baseado em amor. Mas um amor livre de impostos. De conecções, de escolhas definidas. Amor não é isso.

E sem dúvida, no nosso tempo, as pessoas têm preferido a imagem, a cópia, à representação e a aparência ao ser. Vivemos hoje na chamada “sociedade do espetáculo”. Porque vivemos num autêntico teatro de espectaculos. 

Costumo sempre dizer á minha filha:..." Medo não é ausência de coragem"...

Nós temos de ser corajosos na nossa vida. Durante anos, ouvimos professores, pais, regras da sociedade, impõe-nos tanta coisa que mais parecemos umas marionetes dos outros quando somos mais velhos. Discutimos com os amigos quando estamos chateados no trabalho com o patrao e dizemos: Quem pensa que ele é pra fazer isso comigo??"- mas voltamos ao trabalho e somos incapazes de expressar o que sentimos com o proprio patrao. Porque sentimos que não podemos fazer isso. Porque a sociedade nos ensinou as posições hierarquicas, nos incutiu o medo, ensinou-nos a ser mais selvagens que um animal do mato.

Temos medo de tudo. Medo de falar, perder pessoas, dar passos em frente. E muitas vezes culpamos os outros por aquilo que na realidade nós não somos.

Hoje sentei-me a pensar nestas questões todas e lembrei-me de uma frase de um filme:

...." Faz por mereceres estar vivo..."

E fazer por merecer estar vivo...é fazer uma revolução interior em nós. Sermos determinados, corajosos, arriscar, nao desistir da vida, ir em frente.

O meu avô dizia:

Não tenhas medo de ser pobre. Se fores rico no teu coração terás o mundo aos teus pés!

A minha doutrina? Simples....levo á letra esta frase do livro o "Princepezinho"





"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez tua rosa tão importante."



-- Antoine de St. Exupery (in "O princepezinho")



1 comentário:

Suzanne disse...

Bruno,acho que sua "doutrina" faz parte de um conjunto de lições que o Principezinho tenta nos mostrar. A ROSA do pequeno príncipe pode possuir inúmeros significados, mas pra mim, qd penso nela, associo ao verdadeiro sentido da amizade e do amor.Todos nós somos "rosas" e já machucamos alguém, mesmo sem saber. E todos nós também podemos ser "príncipes", pois temos o poder de reconhecer que erramos também.
O principezinho nos mostra uma profunda mudança de valores, nos ensina como nos equivocamos na avaliação das coisas e das pessoas que nos rodeiam e como esses julgamentos nos levam à solidão. Nós nos entregamos a nossas preocupações diárias, nos tornamos "adultos" de forma definitiva e esquecemos a criança que fomos.Quando nos tornamos adultos, quase perdemos a verdadeira essência da vida, pois desenvolvemos o medo de criar laços afetivos e so nos preocupamos com números.
É muito gratificante nos depararmos com pessoas que, assim como você, não se envergonham de se emocionar e assumir essa emoção, que percebem e vivem a vida com a sensibilidade de uma criança e que, tal como o principezinho, acredita que "..o essencial é invisível aos olhos..." e que "..só se vê bem com o coração..