Como diz a música: Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais. Cada um de nós compõe a sua história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz!
Há vários momentos na nossa vida em que nos achamos um Patinho Feio. Todos conhecem a história do patinho, que nasce no ninho errado e passa a história inteira a tentar achar o seu bando, a sua familia. Pois também assim é com o ser humano. No decorrer da vida, mudamos de bando muitas vezes.
À medida que vivemos, vamos amadurecendo ou não, aprendendo ou não, enfim... vamos nos modificando e em dado momento chegamos a conclusão que não fazemos mais parte daquele bando onde estamos. È como se tivessemos de nascer de novo e acordar para um novo dia.
Esta conclusão deixa-nos muitas vezes perplexos (e o bando alvoroçado). Depois de tantas experiências vividas, tantos segredos compartilhados, tantos momentos felizes? E nós confusos pensamos: Mudaram eles ou mudei eu? Afinal o que se passou ? O que aconteceu na realidade? A resposta é que todos mudaram! Todos...ou quase todos. E faz parte da evolução humana, as pessoas irem buscando novos bandos e novos caminhos no decorrer da vida. È complicado adaptarmo-nos a novas realidades. Novas vertentes da vida quando estamos habituados a determinado bando, a determinada forma de estar e conviver. Faz parte da evolução ( pelo menos é o que dizem) termos de nos apresentar prontos que nem um exército á espera das ordens do seu comandante. Há necessáriamente que progredir.Sendo que progredir é evoluir.
Alguns tem medo de se aventurar fora do seu bando e permanecem ali. Insatisfeitos ou acomodados, achando que a vida não lhes oferece mais nada, e que o melhor é continuar na segurança que o bando lhe oferece. Muitas vezes não o fazem nem por falta de coragem, nem por falta de alternativas. Fazem-no porque se sentem bem de acordo com o que o bando lhes ofereçe. Mesmo que essa oferenda nao seja sempre do agrado, a segurança entre o ter e o nao ter recai sempre pelo que queremos e não por algo que nao sabemos se podemos vir a ter.
Essas pessoas acabam virando cisnes, mas ainda vêem sua imagem distorcida de patinho feio na água. Outras pessoas nunca acham um bando. Nenhum bando lhes agrada e em nenhum lugar elas se sentem bem. Essas pessoas voam como patos selvagens de acordo com a mudança dos ventos. Tendem a serem sozinhas, tendem a preferir que a sua vida lhes dará maior segurança e alegria num estado mais solitário. Outras se encaixam em vários bandos.
São versáteis e e são que nem camaleões. Nós vamos ver essas pessoas, como se fossem patos que se sentem bem em qualquer lugar, seja num galinheiro ou com um bando de gralhas. Mas a maioria das pessoas buscam seu bando, aonde possam se sentir cisnes. Aonde se possam sentir que nem peixes na água. De certa forma e na medida certa andamos sempre preocupados connosco. Se seremos felizes?Se nos farão felizes? Se não ficaremos sozinhos? Tratarao de nós? Quem nos dará a mão? A preocupaçao quase "louca" de termos uma vida desafogada, livre e em paz, cria em nós uma ansiedade que só pára quando nos sentirmos estabilizados. Quando temos a estabilidade encontrada no bando, sentimo-nos felizes. E aí todos vivemos como que longe do mundo. Nós queremos paz no nosso mundo. E o nosso mundo ( e falando de um modo egoista) é o nosso mundo mesmo. O nosso bando. A nossa vida. Se é mau pensar assim? Pois...tenho a certeza que não. Porque todos o fazemos. Não podemos , nem temos o dom de mudar o mundo todo, por essa via a unica coisa que podemos modificar é senão o nosso Bando. Encontrar novas alegrias. Apagar as tristezas e como diz a musica...tocar em frente.
Em alguns momentos, de transição, para as pessoas, elas sentem que não se encaixam mais em nenhum bando que elas conhecem. Em nenhum lugar se sentem bem, os antigos amigos não são mais as melhores companhias do mundo, a família não consegue mais curar suas feridas, o emprego não lhe traz mais nenhuma novidade, o seu grande amor não é tão grande assim e já não é tão necessário assim. Porque na realidade, ao afastarmo-nos do bando queremos cortar com o cordão que nos ligava a esse bando. Apenas queremos ter a foto do bando na nossa mesinha de cabeçeira. Apenas nas vagas memorias que temos preferimos manter uma certa distancia no pensamento. É um momento difícil a busca do seu bando, porque nem todos estão preparados para tal. Mas a grande noticia é que, no final: Todos nós nos podemos transformar num cisnes.
Na verdade a segurança que procuramos é uma ilusão. È uma ilusão constante pensarmos na felicidade como meta ou objectivo. Não que nao possamos pensar. Não que seja mau pensar, mas cria tanta ansiedade que nesse caminho os erros são por demais evidentes. As nossas escolhas determinam também elas a nossa felicidade. Ainda nao entendi foi o porquê de termos de escolher alguem para nos complementalizar nessa felicidade. Será porque somos inuteis sozinhos? Bom...isso será outro assunto.
Temos de viver a vida a cada minuto, pensar nesse minuto numa forma de ser feliz. De tentar eu proprio a minha felicidade á minha maneira. Sozinho, acompanhado, com amigos ou sem a felicidade é o momento. Se pensar na felicidade como uma meta, então o mais provavel é quando e se a atingir é depois olhar para tras e dizer que nao fui feliz. Portanto a felicidade é uma ilusão. Para mim felicidade tem a ver com reacções, com a forma como surpreendemos a outra pessoa, com a forma como alegramos os outros. Felicidade é nao ter medo das consequencias do amor. De dizer que se quer, que se ama, que se deseja. Felicidade é um todo. E isto é o mais complicado. Estamos sempre presos ao que os outros pensam do amor. Estamos sempre presos nas palavras. Morrer mudo é pior que morrer surdo!
Um trabalho de mudança de bando, de vida, seja do patinho seja do palhaço que muda de circo exige acima de tudo uma retrospectiva interior enorme. Quando mudamos de repente e rompemos definitivamente e de forma rude com o passado não estamos de certo a fazer retrospectivas.Não existe tempo para isso. Apenas existe tempo para a mudança.Mudança essa fisica e temporal. Primeirotemos de procurar os sentimentos de auto-estima, vaidade pessoal, arrogância, ganância, agressividade, desprezo, e outros tantos que todos nós trazemos dentro de nossos corações. Escrever num papel e avaliar cada um deles é uma decisão boa a tomar. Quando mudamos de bando, toda a agressividade que traziamos do anterior continua cá dentro. A não ser que a mudança propiciada seja interior, ir ao fundo do poço, perceber de facto os erros, o nosso interior, saber perdoar para termos uma vida mais capaz e livre será concerteza uma forma mais nobre e mais feliz de aí sim...podermos estar de bem com todos.
Na verdade não somos Anjos, nem somos portadores do virus da cura para tudo. Somos maus, mesquinhos. Na verdade trazemos até nós todo um manto branco de paz interior mas dentro de nós estamos cheios de inquinidade egoista em relaçao aos outros. Nota-se nas pequenas coisas, nos pequenos passos, nas amarguras do ser. Não temos dom de prespectivar tantas mudanças em nós de uma maneira geral. Operamos sim enormidades de feitos dignos de registo. Mas a maior de todas as mudanças é o amor. È o facto de sabermos dar e de aprendermos a receber. E quanto a isso não estamos todos preparados. Não porque nao existe mudanças, mas porque não estamos totalmente consciencializados para tudo na verdade. Criamos em nós a mentira de que ansiamos por amor, paz, riqueza interior etc. Mas não é uma mentira de maldade, ou de intuitos prevaricadores na nossa consciencia. è uma mentira posta algures em nós de que somos capazes e estamos capacitados de efectuar e dar paz. O meu pior medo....receio...não é da paz que se prega, não é dos homens que se transformam de repente em profetas, nem daqueles que apregoam a paz como um bem de consumo. O meu pior medo...é das pessoas...
Bruno Fernandes
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