terça-feira, julho 10, 2007

E se tivesse feito diferente aos 20? Pensaria do mesmo modo aos 30?

Arriscar... e não ter medo de ser feliz....eis a questão do momento, e que muitas vezes paira sobre nós como um ninho de cucos. Chegado estou aos 31 anos de idade, olho para trás com um certo sabor a frustração. È bom de certa forma sentirmos frustração. È o simples reconhecimento que poderiamos ter feito mais por nós. Poderia ser sempre tudo diferente. Nos amores, vida profissional, encaminhamento certo de vida. Se tivesse arriscado aos 20 em tanta coisa que me surgiu, talvez hoje aos 31 não andasse tão pensativo no que posso ou não posso fazer. Eu tenho o grande problema interior de ser muito agarrado ás pessoas. Tenho o problema embutido em mim de nao querer pactuar mais com ferimentos interiores de quem gosto. Ferindo alguém, vendo alguém triste, dói-me e de que maneira em mim também.
A grande questão não é apenas arriscar , de tentar o risco pelo risco. A grande questão para mim é de que forma é que eu posso fazer isso sem que alguém fique triste ou magoado. Nas perguntas incessantes, contas no papel que faço...nao existe uma fórmula de não deixar alguém triste. Alguém fica sempre triste com a nossa ausência. Com a falta do nosso afecto, do nosso olhar, das nossas piadas, do nosso bem estar entre outros. Alguém perde um bocadinho de nós. Assim como nós perdemos um pouco dos outros.
A opção principal que neste momento tenho de vida , é estabilizar. Poder de alguma forma construir o meu pequeno império, os meus pequenos objectivos de novo. Quando erramos tantas vezes na vida e mesmo assim continuamos a não conseguir estender uma ponte que nos ligue ao outro lado o melhor é tentar de outras formas. Ser feliz ou tentar ser feliz depende também da nossa capacidade não só de nos amarmos como amar os outros também. Ser feliz no sentido de poder ter uma visão de futuro para mim que englobe os outros ao meu redor.
Muitas vezes as pessoas querem ser felizes para si. Por isso é que há tantas discrepâncias entre familias, namoros, relações, emprego e afins. Cada vez mais as pessoas veem -se a si proprias como modelos de auto felicidade. Com dinheiro, com ganância, com absolutismo totalitário de olharem apenas para o seu umbigo pessoal. Nao existe como é obvio mal algum em tentarmos ser felizes de nós para nós. Não chamarei egoismo. Porque na realidade se nao o tentarmos ser de nós para nós , não existe ninguem que o faça por nós.
Podia ter tentado ser feliz tantas vezes apenas de mim para mim. Podia embutir-me na minha redoma de vidro e construir o meu império sem olhar para mais ninguém. Mas aprendi que partilhar o que temos , principalmente o amor pelos outros é um acto de felicidade e de bem estar também. Pena tenho de que muitas vezes nem todos encarem da mesma forma todos os esforços que fazemos. Há na realidade um certo egoismo pluralista no que toca ao individualismo de cada ser.
Hoje passado 11 anos dos meus 20 anos, tenho a certeza que se nao arriscarmos voltaremos aos 40 anos a pensar " Porque não fiz isto?". Na certeza porém que nada é um dado adquirido, irei arriscar porque quero nao so proporcionar-me a mim uma estabilidade diferente como a quem esta no meu coração. Quem nao arrisca não sente concerteza o sabor da conquista. Talvez seja duro, complicado mas tenho a certeza que no meio de tudo há uma certeza! Ser feliz é um direito proprio do ser humano. Não nos podemos delimitar apenas por aquilo que é bom para os outros.
Vejo-me na vida muitas vezes a olhar para toda a gente , a ver os seus passos, os riscos que correm em prol de uma vida melhor, da sua felicidade e olho para mim e pergunto.." Porque estás parado?"
Parar...como diz o velho ditado....é morrer.
Bruno

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