sexta-feira, julho 13, 2007

Afinal..porque ficamos parados?

Se alguém não tem cacife para amar, para dar tudo de si e até se superar se for preciso, então para que começar um relacionamento? Se não tem coragem de arriscar, de tentar mais uma vez, de apostar todas as suas fichas e descobrir na prática que amar vale a pena, para que insistir nessa mania de empatar o coração alheio?Muitas pessoas têm vivido uma contradição terrível: ao mesmo tempo em que reclamam que ninguém quer compromisso, insistem em repetir que esperto é quem não entra de cabeça numa relação para não se machucar.

Resultado: nunca houve tanta gente machucada no mundo! Pessoas que se sentem ocas, vazias, cheias de ecos interiores porque não mergulham em seus sentimentos, não arriscam, não têm coragem de se envolver e de apostar no amor.Sabe por quê? Porque as pessoas têm pensado demais. É ótimo pensar, sim; mas o mundo está carecendo de sentimentos. É preciso sentir para dar significado a esta escolha: amar. Porque sem significados não há foco, não há comprometimento.

Aí as pessoas entram pela metade. Vão, mas não vão. Querem, mas fingem que não querem. Algumas ainda fazem pior: não querem, mas fingem que querem, porque acham que é melhor estar numa relação ruim do que sozinhas.Olha... sinceramente? Tudo isso é uma grande estupidez e tem nos custado muito caro. Números assustadores revelam depressão, tristeza, ansiedade, solidão, entre outros transtornos afetivos avassaladores.

Coisa de quem eu chamo de “gente pequena”, de quem morre de medo de sofrer e não se dá conta de que já está sofrendo horrores. E depois há quem diga que não entende porque é que, embora a maioria das pessoas deseje a felicidade e o prazer das relações amorosas, tem sido tão difícil sintonizar os desejos de homens e mulheres e fazer os relacionamentos darem certo!É preciso amadurecer, e só há uma maneira de tornar isso possível: sendo corajoso o bastante para se comprometer. Nós precisamos crescer, virar “gente grande” no amor. E isso passa pela sinceridade, honestidade conosco e depois com o outro.

Afinal, este é o maior objetivo das relações: facilitar o processo de amadurecimento pessoal percorrendo o caminho da evolução, a fim de mostrar que é possível sair do lugar de gente imatura para conquistar o amor de gente grande. Porque embora desejemos a mesma felicidade, o mesmo relacionamento, a mesma satisfação, tudo o que temos conseguido é decepção e desilusão?!? Como podemos promover encontros válidos e mais duradouros? Como podemos estabelecer maior confiança e disponibilidade entre as pessoas e suas diferenças?
O tamanho do coração é determinado por sua profundidade e também pela sua ética no exercício de amar. E o grau de maturidade para se relacionar, por sua vez, é medido pela capacidade que homens e mulheres têm de se vincular, de criar laços.Terminar e começar relacionamentos indefinidamente, sem procurar aprender com os erros e reconhecer os acertos, sem compreender que são nossas atitudes que provocam os resultados e as condições em que vivemos, não faz sentido. Não nos conduz à tão desejada felicidade no amor.

A vida não nos brinda somente com situações fáceis, até para que possamos perceber que são as extremidades de cada sentimento que nos dão a verdadeira noção de quem somos. É o modo como arrematamos cada experiência e cada sentimento vividos que delineia nosso processo de amadurecimento. E é exatamente por isso que um relacionamento é sempre uma possibilidade de aprendizagem. Toda vez que você se permite experimentar, que você se disponibiliza ao outro, amando-o com tudo o que você é, com toda a grandeza que lhe cabe, estará crescendo.Isso é amadurecer: estar inserido na vida!
Portanto, a questão é: por que embora desejemos a mesma felicidade, o mesmo relacionamento, a mesma satisfação, tudo o que temos conseguido é decepção e desilusão?!? Como podemos promover encontros válidos e mais duradouros? Como podemos estabelecer maior confiança e disponibilidade entre as pessoas e suas diferenças?Assim como não há possibilidade de evolução se não tivermos a capacidade de nos sentirmos preenchidos, privilegiados, esperançosos e amados.E mais: definitivamente não dá para ser feliz se você está sempre com um pé fora da relação, se você está sempre analisando cada momento para ver se vale a pena investir ou não. “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”, já disse o poeta Fernando Pessoa.

Esta é a proposta: um mergulho de cabeça. Uma viagem de corpo e alma no amor, acolhendo suas dificuldades, respeitando o seu ritmo, admitindo que você tem limitações e, sobretudo, compreendendo que o outro também as tem. Que haja em suas atitudes, sempre que possível, a conduta de quem deseja abandonar o modo imaturo com que vem se relacionando. Que haja a disposição necessária para ocupar o seu verdadeiro lugar: o de gente grande no amor, tão grande quanto você possa se tornar.

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