terça-feira, novembro 07, 2006

Porque é que as cortinas se fecham?

É uma pergunta que faço constantemente! Porque será que tantas vezes se fecham as cortinas da nossa vida? Sabem quando ás vezes estamos rodeados de amigos, de pessoas que gostam de nós, de vivacidade, de alegria, de momentos de lazer, de amor e carinho? Sabem essas vezes que tanto nós gostamos e desejamos? Agora imaginem um palco cheio de gente, pessoas que conheçem, com quem se dão e entregam, com quem havia alegria , mas que de repente vocês se sentem nesse mesmo palco mas desta vez...sozinhos? Como se fossem um quadro , ou uma pintura antiga que colocassemos no sotão? È estranho...é tão surreal.
Vemos as mudanças da vida, das pessoas ali á nossa frente. Por momentos toda a observaçao que fazemos ás vezes quase se torna num suplicio melancólico. Com a vontade de dizer-mos " Ei...estou aqui também"; acenamos, aproximamo-nos...mas nada. É como se estivessemos ali a fazer presença. Por momentos os amores, passam a desamores insconstantes. A rasgos de melancolia incontida. Não sendo como o digo mas ás vezes, pareçe que existe a teoria da conspiraçao. Não no sentido real de alguem conspirar contra nós. Mas pareçe que no ar existe a dúvida dúbia, ou não, de sermos ali bem vindos na realidade. As conversas passam apenas a ser uma razão de ter de existir, por educação, para nos sentirmos ligeiramente mais reconhecidos e um pouco mais vistos. È estranho quando de um momento para o outro passamos do centro das atenções para apenas mais...um. Como um actor que cativava multidões e que hoje mais velho apenas consegue juntar umas quantas pessoas num café. Apenas mais uma pessoa que está ali. Bem verdade será dize-lo que temos de sempre dar lugar aos outros.
È como se fosse uma substituiçao num jogo. Como alguem que está a jogar no campo , mas que tem de sair para entrar outra pessoa. No final de contas e na verdade , todos nós somos substituiveis. Não permanecemos intactos. Nem os ditadores o permaneçem. O que deveria acontecer era na montra do amor, sermos realmente saudadados e amados como tal. Amados como amigos, amados com amor, com disciplina. Não somos Deus.Por isso o acto de amar alguem passa sempre por diversos estados de euforia e momentos. Nem mais, nem menos. Por isso não sabemos manter o amor.
Ficamos assustados com o facto de manter um e não dar atenção ao outro. Será que perdemos? Será que deixamos de ser felizes? Vivemos assustados, com medo das reacçoes! Com medo do que os outros pensam. Somos medrosos....a verdade é essa. E o mais incrivel é que somos capaz de entrar em guerras, de lutar contra politicos corruptos, contra pessoas, de impor as nossas ideias...mas em relação ás pequenas coisas...somos tão idiotas. Sentimo-nos fortificados, sentimo-nos enormes no nosso ser por muitas vezes lutarmos contra tudo e contra todos. Com que finalidade? Qual é a finalidade de manter um amor? Para nos afirmarmos como pessoas felizes temos de equilibrar a balança e fazer escolhas. Amar, não é um acto isolado. Por isso nos escondemos muitas vezes no amor de uma pessoa só. Não interessa se os outros nao amam. Não interessa se não me fazem feliz...mas aquele amor...tem de me fazer feliz. Porque quero...e preciso! Porque manter o amor é necessario ser livre e equilibrado. Livre de si mesmo e dos outros. Livre para saber amar. Livre de amarras ou mágoas. È estranho e dói-nos , como nos corroi a alma quando nos olham como um quadro do passado. Como se nos dissessem " Não me és nada" - Mantemos o bem estar do palco porque assim é necessário perante o olhar do publico.
E depois...bem....depois saímos tal como entramos..desconhecidos...varridos quase como alguem que não mereçe mais um olhar atento, e acabamos por desaparecer na escuridão da noite.Por meros momentos, o que eramos deixamos de ser. Acabamos por nos sentir sozinhos. Não tenho medo de ficar sozinho nunca tive. Tenho medo é da tristeza que isso me provoca. Tenho medo das pessoas. Do seu modo de agir, da forma como eramos e deixamos de ser um ápice! Viva a coragem de todos. E viva o mundo no seu explendor de amor. A ele ergo as minhas mãos e bato palmas á razão da nossa tristinha existência em que nos tentamos manter no palco da vida. Como diz uma amiga minha...." O teu tempo...que foi...já foi" - E acho que é dentro desta base que muito provavelmente ando ainda a dormir, ou se calhar o mal é mesmo meu.
Gostava de ser mais frio, mais contundente, mais corajoso, mais cruel, mais calculista mais altivo nas minhas atitudes. Gostava de ser mais contundente nas respostas, de consegui atraves de frases ou palavras inflingir dor, de ser mais incisivo. De conseguir humilhar as pessoas. Gostava... mas não consigo sê-lo. Não consigo deixar de ser este menino, mimado a quem tiraram um chupa. Não consigo ver as coisas como quase objectos. Como algo que tiramos da prateleira e substituimos. Não por objectos. Mas por dores, magoas. Como algo que esculpimos, tratamos, mas depois já não nos serve de nada. nem nunca conseguirei. Por isso olhamos e olham-nos com cara de " o que fazes aqui? Ou por quem te tomas tu?" Nunca conseguirei deixar de ser e de pensar com o coração.Porque é assim que sou e serei sempre. Pensar com a razão? Pensar de acordo com os livros , ensinamentos, nunca me tornarão melhor...mas sim mais confuso. Gosto de travar conversas entabuladas com os meus amigos imaginários em casa, gosto de perceber os assustos, de ir até á pontinha do iceberg, de poder perceber todas as coisas da vida. Limitar-me apenas ao certo ou errado nunca me tornará uma pessoa melhor. Tornar-me -ei apenas uma pessoa mais confusa, mais perdida, massacrada pelas desventuras da vida. Libertar-me é procurar-me!
Entendemos muita coisa, mas nao temos sabedoria para resolver as questões do coração.Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar. Muitas vezes as questões do coração são tratadas com uma capa. Colocamos uma capa por cima porque temos de passar por cima dessas situações. Porque é horrivel ter de lembrar, ter de falar. Então muitas vezes tentamos contornar o problema com uma capa. Tentamos incutir aos outros a normalidade da anormalidade.
Quando queremos mostrar a razão...perdemos. Porque a razão não está subjacente á realidade.A razão está subjacente á ilusão que criamos dentro de nós , porque queremos ser felizes e viver contentes com a razão do nosso lado. Perder a razão, é perder o equilibrio de tudo o que conhecemos.È de certa forma perdermo-nos de nós proprios.Por isso existe o medo de encarar a verdade, de sermos confrontados. Porque o confronto exige uma explanaçao total da alma. Ir até ao fundo da alma e abrir o coração. E nem sempre para nós isto é fácil. È pena as pessoas nao trabalharem em grupos de forma a encontrar equilibrios. Era tudo mais facil. A propria individualizãção da razão leva-nos ao afastamento. Afastamento acaba em dor. Como é que conjugamos dor com amor? Amor com razão?Razão com harmonia?Harmonia com Mágoa? Como é que conjugamos isso tudo se tantas vezes somos nós que vivemos na frustração do passado, do presente e com medo do futuro? O que podemos nós exigir se nem nós temos discernimento para nós mesmos? Aii que bom podermo-nos achares seres capacitados de amor. Construimos o Teatro e trazemos as figurações. Porque queremos mostrar que está tudo bem. Porque queremos mentir. Nunca deixamos de mentir. Mentimos tanto para esconder a verdade que paira sobre nós. Então...vamos caminhando algurando um futuro melhor sobre um ninho de amor artificial. Eu quero amor! Eu desejo amor! Não de uma pessoa! Que nao é uma pessoa que me faz vibrar ou viver! Preciso de amor incondicional! Com riscos, com tramas, com ciumes, com vivacidade, com alegria, com verdade e amor aos olhos de todos. Porque abrimos o coraçao ao amor , mas na sociedade essa amor precisa de regras? Estupido nao é?
E nós não queremos saber do certo ou errado. Não queremos saber na verdade dos ferimentos. Porque andamos todos á procura da cura. Queremos saber apenas da felicidade. Do auge do cume. Da ponta do Iceberg. Por isso a aparencia da vida e o teatro que mantemos é errado. Não é livre. Não é feito com amor amor devido. Porque no mundo das aparencias é onde existe o cortejo das dores, dos males, da forma como nos olham e como nos tratam. Mas pronto...cá caminharemos todos com a nossa verdade, com a nossa razão...com o sentido que cada um dá a si proprio e aos outros. Mas sempre...livres de pensamento. Porque afinal é na liberdade que está a verdadeira felicidade. Libertarmo-nos de nós...não é libertarmo-nos dos outros.
Ontem o meu amigo Ricardo ( já sei que deves estar a ler isto ó "poeta" de meia tijela...heheh.) perguntava-me como é que conseguia falar de mim, das minhas coisas e dos outros num blog? Como é que conseguia explanar sentimentos. Isso fez-me lembrar uma outra pergunta em tempos tambem de uma amiga em que me chamava á atençao para o mesmo.
A pergunta é: Queremos utilizar este espaço que é nosso para que? E para tudo há e existe um espaço. Existem cafés, telefones, emails,computadores, cartas...e Blogs! Tudo é um espaço de comunicação que nos pertençe por direito próprio á explanaçao de ideias, sejam elas boas ou más. È um espaço de sentimentos. È um diário do quotidiano, da vida, de pessoas, de opiniões que nem sempre tem de agradar nem a gregos nem a troianos. È um espaço que lê quem deseja, que comenta quem quer, que dá liberdade ás pessoas de pensarem e poderem opinar contra o que digo. Na escola aprendi que trabalho de grupo desenvolve muitos sentidos em nós, assim como o individual tambem. Aprendemos imenso. Este Blog serve tão só como somente para todos em conjunto e assim quem quiser, conhecido ou desconhecido poder e ter a oportunidade de dizer tambem o que bem entender. Aliás alguns de vós fazem-no e muito bem por email. A minha forma de escrita baseia-se na minha vida, no que penso ou vejo. Sou um observador nato. Portanto baseio-me no que observo. Porque é de observações que conhecemos as pessoas. Aqui falo principalmente de mim e como me sinto. Tenho esse direito não? Afinal o blog pertence-me! Livro de reclamações...não existe ok?
Bruno
O que foi? Não venham cá com lamúrias de que não gostaram do que escrevi! lol.Já agora...nunca mais chego ás 100 pessoas?

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