Uma das coisas com que me tenho debatido mais dentro de mim é o facto de tentar entender e dái , perceber também até que ponto somos realmente fortes para aguentarmos as batidas da vida e por conseguinte não nos deixarmos cair em desgraça! Na realidade existem muitas pessoas que aguentam anos a fio (entre bons momentos realtivos e alguma felicidade momentanea) uma chuva de maus momentos. Tal como o filme português " Coisa Ruim"; Tambem nós em muitas partes divididas entre os anos que temos como seres viventes, vivenciamos "coisas ruins". Uns melhores do que outros vão tentando ultrapassar. E uns melhores do que outros tem apoios suficientes, para conseguirem ficarem estabilizados como pessoas.
Costuma-se dizer que um mal nunca vem só.No meu caso e não querendo fazer aqui o papel de coitadinho...o que de facto sucede é que a turbulência na minha vida tem sido praticamente incessante. Ora muda para aqui, ora muda para ali, ora acaba aqui, ora começa ali. Tem sido uma roda viva, de maus momentos, de más noticas, de alguns momentos de lazer que em nada fazem esquecer tudo o que nos passa á frente. Muitas vezes a vontade é de fugir. De sair daqui, do nosso pedaço de terra e começar de novo em outro lado. Não é de forma nenhuma fugir, direi antes que é uma benção e por direito próprio estabelecer para nós uma forma de vida totalmente diferente. Amarrados ás estratégias de sempre e amarrados á nossa própria consciência, vamos sempre adiando o nosso futuro. Porque de facto pensamos que "tudo de bom virá".
Muito do facto de não termos uma vida sossegada não parte só dos outros. Não temos uma vida sossegada nas relações, não temos na vida familiar,não temos no trabalho, não temos com os amigos. Muitas vezes acho que muita gente age de má fé. Pareçe-me que nao tem a percepção efectiva da vida dos outros, do corropio que ás vezes temos. Às vezes já andamos tão nervosos, tão cabisbaixos com tanta coisa e muitas das vezes ainda nos caem em cima com esta e aquela cobrança.Mas até que ponto as pessoas nos preservam? Até que ponto cada um pára no seu devido tempo e tenta entender a parte do outro? Diagnosticamos muitas vezes nos outros como parte de um problema , sem que antes tentemos discernir em consciência que muitas vezes somos nós esse mesmo problema. Cada um em certa medida tenta tomar para si os louros da razão e da côerência. Desabilitamo-nos da real verdade em torno de razões falsas para pregarmos como um pastor o lado da nossa versão. Somos humanos e nesse sentido queremos ter um certo vislumbre e reconhecimento por parte de quem olha para nós. Todos queremos ser merecedores de boas novas, de razão em consonância com a nossa consciência. Queremos mostrar a um e a todos o nosso lado. Mas teimosamente não entendemos e percebemos que somos nós os culpados da nossa ignorância.
Lutamos para requerer aos sete cantos do mundo uma independência solitária. Uma paz que muitas vezes é pré fabricada. Construida sobre alicerces intuitivos como quem quer requerer o seu paraiso dentro de si mesmo. Não nos deixam respirar porque muitas vezes a ânsia de tentar ajudar ...acaba por indubidavelmente fazer-nos apenas mal. As pessoas agem em muitos casos de forma apressada. Apressados nas palavras, apressados nos julgamentos da razão e acima de tudo apressados em fazer o bem. O bem nao precisa de pressa. Necessitamos é que o bem seja feito de forma coerente. E coerente e em prol de alguém ou algo é complicado. Porque no bem também julgamos. Uns dias somos fantásticos e todos nos adoram , mas á minima recaída, ou minimo lapso somos julgados como um bruxo na fogueira inquisidora.
Ninguem se lembra muitas vezes da vida de cada um. Da história de vida que temos. Ninguem se lembra muitas vezes da forma que agimos e somos levados a agir. Porque as pessoas lembram-se apenas do momento. Muitas vezes é isso que interessa. O momento. E é nos momentos que somos julgados. È nos momentos que nos atiram a corda ao pescoço e com isso colocam-nos em frente do tribunal da verdade. Encaramos por diversas vezes os julgamentos que muita gente do alto da sua profunda ignorância nos colocam. Todos nos dizem " Eu conheço-te". Conhecem-me? Não...não conhecem! Não conhecem profundamente a historia, os momentos, não conhecem a dor profunda, não conhecem a criança ou o menino. Conheçem partes daquilo que somos. Mas o nosso intimo. Os pensamentos que temos, a historia de vida, cada segundo, cada dia após dia, cada mes e ano....não conhecem.Olham para nós muitas vezes e traçam-nos o perfil de louco ou desmiolado. Não entendem porque somos e como somos.
Todos temos uma história de vida. Uns nao tem muito para contar.Outros passam por tempos conturbados seguidos de uma calma e segurança que se mantem durante anos. Outros são perseguidos sistematicamente pelo passado. Outros ainda não conseguem desatar o nó da sua propria prisão.
Mas até que ponto aguentamos a pressão? Até que ponto conseguimos manter a nossa sanidade mental? A forma como nos damos com os outros. Os inumeros problemas que temos de resolver? Até que ponto existem realmente pessoas que nos ajudam e preservam e existem aqueles que sistematicamente nos caem em cima?Ninguém sabe na verdade conviver de mãos dadas com a paz. A paz é apenas uma utupia generalizada pelas consciências demagogas. Se realmente todos queremos ter paz, alegria, saber estar, saber discernir cada momento com calma, se realmente todos queremos amor, partilha, amizade e acima de tudo viver num cordão de felicidade...porque é que todos os dias, nos momentos que existem a percepção entre nós e outros, de nós para nós e dos outros para nós é sempre cortada?
Mas até que ponto aguentamos? Até que ponto a inutilidade da consciência humana nos diversos momentos não se recicla e se transforma em ambundante intiligência. O que faz de nós pessoas livres,pessoas especiais na verdade e autenticos hérois em diversos momentos é hoje estarmos aqui e e poder dizer , que continuamos a aguentar. Aqui estamos, cada um com a sua escrita, com a sua forma de pensar, com as suas ideias, com os seus credos e crenças. O que é importante salientar é que existe apenas um barco e esse barco somos nós. O que se pede e nao se exige , o que se quer e não se tem muitas vezes é que eu tal como vocês , saibam na verdade que para haver paz , para haver bom senso, para haver cordialidade, humanização temos de realmente ser diferentes. E sermos diferentes é sabermo-nos mostrar tal qual como somos. E nesse ponto quem nos vê, quem nos sente e tenta entender que saiba mostrar sensibilidade, afecto e carinho. Por o que somos, pelo que passamos e por tudo o que ainda podemos conquistar. O que se pede não é palavras vãs. Não é o julgamento diário das nossas acções que muitas vezes tem uma razão de ser de estar e existir. O que se pede é tratamento racional e não egoista. Que as pessoas entendam que não somos de ferro, que não somos robots e que acima de tudo todos temos um tempo limitado ou não na terra. Que saber preservar cada pessoa, que saber entender cada espaço e cada momento é uma mais valia para uma humanização estritamente necessária entre todos.Até que ponto aguentamos...é uma questão que cada um deve em abono da verdade tentar perceber na sua devida proporção.Até que ponto aguentamos...depende do coração daqueles que entendem e percebem que nem todos aguentamos até ao fim. E cabe miseravelmente ao humano fazer e estabelecer laços e parametros de liberdade e amor, para com aqueles que necessitam na verdade de acompanhamento e carinho. Sem olharmos como todos olhamos apenas para os nossos momentos. A nossa vida, a nossa felicidade. Até que ponto aguentamos..depende da visão que cada um tem para a sua vida. Não sermos egoistas, sabermos que com humildade e reconhecimento da nossa vida e problemas afectos a ela, podemos sem duvida tentar minimizar tudo o que passamos e aguentamos. Sermos fortes nao basta para estarmos vivos. Precisamos de fé e transparência. Precisamos de acreditar que que só podemos ter o bem e fazer o bem se as pessoas cada vez mais nao pensarem apenas na sua vida. Hoje precisamos nós...outras vocês...e ainda outras vezes outros tantos. Mas hoje também vivemos um pouco na base do "Salvo-me eu porque tou sem tempo para ti". Queremos todos e hoje noto cada vez mais isso ter uma fé interior egoista. Passamos tanto por uma panóplia de coisas que o desespero leva-nos muitas vezes a pensar apenas em nós. Eu quero ter amor, eu quero ser feliz, eu quero viver uma vida descansada. Não nos podem acusar de ser egpoistas. Porque na verdade todos somos egoistas. Cada um é um ser diferente de outro. Mas...em razão vos digo que em nada de egoismos podemos ser formalmente acusados.Será mal pedir a nossa felicidade? Será mau pedir amor para nós? Carinho para nós? Será mau quando estamos sozinhos falar em prol de nós? Nós não somos egoistas. O problema é que muitos não sabem dividir. Temos medo que o nosso tempo chegue depressa e depressa nos apressamos a pedir ao alto tudo de bom o que podemos e asiamos ter. È necessário e eu estou em crer nisso que ás vezes precisamos mesmo de passar por diversas dificuldades e extremos na nossa vida. Provavelmente em outra vida fui um bonacheirão que nada entendia de amor, de carinho, de verdade ou justiça. E provávelmente a aprendizagem que estou a levar desde o inicio de vida, apesar de ser de uma extrema "violência" de informaçao e factos, fez-me e e torna-me sem medo de o dizer de facto numa pessoa que se sente especial. Especial para mim e provavelmente para alguns que me conheçem. Fazem-me sentir diferente. Consegui ao longo dos anos motivar o meu coração, perceber o que era dor, enfraquecimento, dar e receber amor. Errei, caí, levantei-me e aguentei muita coisa. Por isso mesmo e por ter vivenciado tanta, mas tanta coisa, sei que com justiça e uma visão bem diferente dos outros, consigo sempre ter esperança e acalentar o melhor para mim e para quem me possa rodear. Por isso mesmo nunca ninguem me poderá acusar de falta de ajuda ao proximo. Mesmo tendo sido em muitos momentos mal compreendido e ás vezes de continuar a ser, tenho aguentado. Para quem me conheçe ...está sempre tudo bem. Deixo sempre para as pessoas a experiencia que a vida lhes há-de dár. Porque tambem eu assim o fui obrigado a vivenciar.
Não preciso de ser injusto. Normalmente quando são injustos comigo tenho por norma dizer para mim que o tempo encarrega-se de mostrar quem é ou não é justo na sua devida proporçao e timing de aprendizagem.
Hoje pergunto-me até que ponto aguentamos na verdade tanta coisa e mesmo assim continuamos numa linha de racionalidade onde tentamos gerir sempre a melhor forma de continuar a ajudar e ao mesmo tempo perseguir a felicidade de que todos precisamos. Hoje...tanto como ontem...precisamos de todos, tal como todos precisam de nós. Basta sermos verdadeiros e não ignorantes. Basta sermos justos e nao injustos. Basta pensarmos e não humilharmos. È simples melhorar, porque somos nós que temos esse dom de poder ser melhores. Costumamos ter na ideia que naõ podemos ser melhor que outros ou que outros nao são melhores que nós. Isso é de facto uma ideia errada. Porque não posso dizer que um Hitler não era melhor do que eu , ou eu dele. Não posso afirmar ou dizer humildemente debaixo de uma franqueza mentirosa que um Dalai Lama nao é melhor do que eu. Não posso dizer que eu ou Jesus Cristo estamos no mesmo barco e que ele nao é melhor do que eu! È pura mentira!
È não sabermos discernir realmente as coisas. Sim...existem pessoas melhor do que nós! È um facto! Se fossemos todos bons ninguem mudaria de vida. Ninguem mudaria de trabalhos ou relações! E porque? Porque todos procuramos o melhor! E eu gosto de me sentir uma pessoa especial porque luto por se-lo. E porque sei que em relação a tanta corja eu o sou! Não quero chegar ao limite exacerbado de me sentir especial para dizer que eu sou ou eu tenho! Porque nunca fui assim! Eu quero aprender! Quero mais para mim!
Porque só assim poderei ajudar mais. Poderei dar mais o meu contributo. Só assim ganharei mais amor, mais justiça dentro de mim! Ghandi, Jesus Cristo, Malcom X, Martin Luther King...entre outros tentaram dar tudo o que de melhor tinham dentro da sua propria convicção e acima de tudo amor. De alguma forma eram e continuam a ser pessoas especiais. Tambem eles passaram diferencialmente uns dos outros por situações de vida enormes. Foram expoliados, gozados, ludibriados, injustiçados. Mas...lutaram, nao desistiram e ganharam na historia por direito próprio o seu nome. Hoje aqui e ali de certa forma e apesar de pensarmos por nós, nao deixamos de facto de seguir algumas mensagens e ensinamentos que nos foram deixados por eles como por outros. Ser melhor também é um dom. È necessário haver pessoas diferentes e pessoas especiais. Ninguem acreditava que Jesus cristo era de facto especial e ele era. E era acima de tudo...um Humano como nós. Que nao restem duvidas! Muitas pessoas ao longo dos anos fizeram-me acreditar e sentir-me especial. Quando nos perguntam se fiz algo de especial na vida, se ajudei alguem, se fiz o bem por alguém, se fui justo, se aconselhei, se me prontifiquei...a resposta é sim! Fiz tanto o bem como fiz o mal. Ninguém está livre apenas pela verdade. Mas ninguém é morto apenas pela mentira.
Não deixamos de ser quem somos e como somos se dentro de nós não sentirmos que na realidade temos tantas potencialidades dentro de nós. E que podemos na realidade acrescentar mais. Na verdade se nao nos sentirmos especiais e de certa forma justos o caminho entao a percorrer será longo. Nada é impossivel no que diz respeito a nós como humanos. Mas temos de acreditar que aguentamos. Muito rapidamente e em muitas circunstâncias consegui levantar-me de novo e caminhar. Houve momentos na minha vida em que fui de uma bondade grande e em que fui um autêntico egoista para com quem me rodeava. Mas esses momentos deram-me o discernimento necessário para entender melhor as coisas. O funcionamento do amor, das pessoas, a inter-ajuda que tento manter. È fácil se as pessoas perceberam que podemos viver para todos...porque se assim for mais facil fica de nos ajudarmos uns aos outros. Se vivermos apenas numa cabana com as nossas coisinhas e com a ideia do " È meu...meu e só meu"...entao estamos condenados ao fracasso de nao evoluirmos as mentes....
E aí..ate que ponto aguentaremos mesmo? Bruno Fernande
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